PERDAS NA REGIÃO
Foi ancorado no desempenho do segmento de calçados e artigos de couro que a indústria do Ceará emplacou mais uma alta na produção industrial. Este tipo de material rendeu um acúmulo de 3,59% no ano, o que resultou em alta de 2,7% no setor cearense, entre os oito primeiros meses de 2013. Já entre agosto e julho, com crescimento de apenas 1%, o Ceará conseguiu ser o único - de três nordestinos - a registrar indicadores positivos da Pesquisa Industrial Mensal.
Dos 11 segmentos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na indústria cearense entre janeiro e agosto, além de calçados e artigos de couro, quatro apontaram números acima de zero. Foram eles: têxtil (1,59%), refino de petróleo e álcool (1,16%), minerais não metálicos (0,36%) e metalúrgica básica (0,03%).
Os que registram queda na produção, no mesmo período foram: produtos de metal (-0,13%), vestuário e assessórios (-0,13%), alimentos e bebidas (-0,4%), produtos químicos (-1,38%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,04%). No acumulado do ano, o Ceará ainda registra um crescimento de 2,7% na atividade. Já nos últimos 12 meses, o aumento foi de 0,9%.
Rankings
Apesar da produção nacional ter se mantido estável no período, segundo o IBGE, as maiores altas foram observadas no Paraná (3,6%), em Goiás (1,7%) e Santa Catarina (1,6%).
Na comparação de agosto deste ano com o mesmo período do ano passado, enquanto o Ceará também apontou expansões mais acentuadas (5,6%) na atividade industrial, estados como Minas Gerais (-4,5%), Amazonas (-3,2%), Rio de Janeiro (-3,9%), São Paulo (-3,4%) e Espírito Santo (-5,9%) que registraram reduções significativas.
Entre os sete das 14 unidades federativas pesquisadas com queda na produção entre os meses de julho e agosto, a Bahia foi o que mais apresentou recuo (-8,6%). Também tiveram quedas o Rio de Janeiro (-4,2%), Pará (-1,6%), o Espírito Santo (-1,4%), Pernambuco (-0,8%) e o Amazonas (-0,7%).
Comparação com agosto
Na comparação de agosto deste ano com o mesmo período do ano passado, houve queda em nove dos 14 locais, com destaque para o Espírito Santo (-5,9%), Minas Gerais (-4,5%), o Rio de Janeiro (-3,9%), São Paulo (-3,4%) e o Amazonas (-3,2%), todos acima da queda nacional de 1,2%.
O apagão que deixou os estados do Nordeste às escuras em agosto afetou a produção industrial da Região. Com a queda mais intensa, a Bahia (-8,6%) registrou o maior impacto para o total da indústria entre todas as unidades federativas pesquisas.
A forte retração, a primeira após cinco meses de expansão da atividade produtiva no estado, se deve ao perfil da indústria baiana, intensiva no uso de energia e focada em setores como química e petroquímica. No conjunto da região Nordeste, a perda foi de 2,2%.
"A indústria química sofre mais os efeitos da falta de energia porque, quando uma unidade tem de ser desligada, ela demora muito tempo para voltar a operar", afirma Rodrigo Lobo, técnico do IBGE.
Outras quedas
Ao lado do Rio de Janeiro, onde o recuo foi ditado pela menor produção da petróleo da Petrobras, o recuo da produção da indústria farmacêutica e a paralisação de uma montadora no Estado foram as quedas de maior impacto negativo na indústria.
Ao todo, sete áreas no País produziram mais entre julho e agosto. O mesmo número de estados reduziu seu nível de atividade no período. No índice acumulado do ano, a indústria registra uma alta modesta de 1,6%. Nessa comparação, 11 locais apontaram taxas positivas e três apresentaram retração.
O setor de calçados e artigos de couro foi o principal responsável pela alta da produção industrial no Ceará. Também tiveram desempenho positivo refino de petróleo e álcool, têxtil, minerais não metálicos e metalúrgica básica Foto: Everton Lemos.
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER




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