De acordo com o candidato do PCdoB à Prefeitura de Fortaleza, Inácio Arruda, também é responsabilidade do Município tratar da segurança pública. Ontem, no comitê da sua campanha, ele recebeu o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB), que já foi delegado da Polícia Federal, para uma coletiva de imprensa. O ex-delegado está ajudando a construir o plano de Governo de Inácio Arruda na área da segurança.
Deputado Protógenes Queiroz fala, ao lado de Inácio Arruda e Chico Lopes, candidatos a prefeito e vice de Fortaleza, sobre segurança pública do Município
Para Protógenes, jogar a responsabilidade da segurança pública para o plano estadual e federal trata-se de uma política atrasada, pontuando que esse tema deve ser discutido de forma integrada entre Município, Estado e União. "E, principalmente, com a sociedade que deve estar interligada nessa discussão e nas ações. Isso é o mais importante", considerou.
O deputado argumenta que Fortaleza, por ser como um corredor turístico importante e que está recebendo vários projetos e eventos, como é o Caso da Copa do Mundo de 2014, um evento internacional, então a segurança pública deve ser tratada como uma questão local e, dessa forma, é dever do Município.
Para ele, é um equívoco pensar que segurança pública é polícia armada e ostensiva, deixando claro que a questão é bem mais ampla e importante.
"Não há como dissociar segurança pública de ação social. É aí onde entra a atuação do Município no setor. É preciso ter ações concretas, com políticas públicas voltadas para as pessoas. O Estado não pode manter-se indiferente às comunidades e tratar cidadãos como subcidadãos. Segurança se corrige com ação social e não com tiro, porrada e bomba", analisou.
Para Protógenes, não é mais "razoável" que a Guarda Municipal apenas seja responsável em guarnecer os órgãos públicos. Ele defende que os guardas municipais também possam usar armas como a polícia.
Delimitada
A ideia, explica, é fazer um trabalho conjunto: nos locais onde a PM e a Polícia Civil não esteja presente, então a Guarda Municipal estará. "Embora ela não tenha poder de polícia, constitucionalmente, mas num convênio determinando que essa atribuição fique delimitada que ela complementará a atividade da polícia, é legalmente constitucional", pontuou o parlamentar.
Uma outra proposta do deputado é fazer um levantamento da quantidade de usuários de drogas em toda a cidade, saber onde está concentrado o maior consumo e venda de drogas, para, desse modo, tomar medidas de combate e prevenção ao uso das drogas.
Uma das propostas de Inácio Arruda é construir seis centros de ressocialização de drogaditos, um em cada regional. De acordo com ele, esses centros além de contar com equipes de médicos, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, contará também com uma rede de formação profissional para capacitar essas pessoas para, quando deixarem o centro terem uma perspectiva de emprego.
Para ele, há recursos para investir nessa área, mas é necessário haver planejamento. Além disso, Inácio destaca que o Governo Federal vem contribuindo. No início deste ano, conta, a União reservou R$ 4 bilhões a serem investidos em ações de combate ao crack, mas até o momento, revela, menos de 20% das cidades brasileiras apresentaram seus projetos.
Conforme Inácio Arruda, já é possível identificar o mapa da violência na cidade, entendendo que as regiões mais violentas são as mais pobres e miseráveis. Ele citou o caso do bairro Bom Jardim, onde foi alertado do perigo de entrar na Comunidade do Marrocos. Para esses locais, considera, a solução começa com ações de serviço público. "Não é botar mais arma e policial, é você ter a presença de serviço público. Tem de entrar com arte, cultura, profissionalização, dar oportunidade de preparar para o mercado de trabalho", disse.