GDF fecha maternidade em Ceilândia após morte de sete bebês

Pasta investigava se outros casos no hospital teriam o mesmo motivo.

Raquel MoraisDo G1 DF

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal decidiu neste sábado (13) fechar a maternidade do Hospital Regional Ceilândia após a morte de sete bebês no período de 18 dias. A última morte foi confirmada na manhã deste sábado. Servidores informaram que a própria pasta identificou a necessidade e que a medida foi adotada para proteger outros pacientes.


(Correção: Na publicação desta reportagem, o G1 informou que seis bebês morreram no período de dez dias na maternidade. Posteriormente, a Secretaria de Saúde confirmou que um sétimo bebê morreu neste sábado e que a primeira morte ocorreu no dia 27 de março, há 18 dias. A informações foram corrigidas às 15h45 e às 18h25.)

Dos sete bebês, dois foram mortos por infecção da bactéria Serratia. Outros dois morreram por problemas gástrico e cardíaco, sem ligação com a bactéria. As mortes das outras três crianças, incluindo a que morreu neste sábado, ainda estão sendo investigadas.

Na última terça (9), o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, visitou a unidade. Ele anunciou no dia a transferência de gestantes e recém-nascidos prematuros para outros hospitais. Desde então, somente partos de emergência são feitos no HRC, mas em seguida mãe e filho são  encaminhados a outros hospitais.

Com o fechamento, a maternidade não receberá, por enquanto, novas gestantes. Em média, a maternidade do HRC realiza 20 partos por dia.

Dos 56 leitos disponíveis na enfermaria, 11 estavam ocupados neste sábado. Todas as 8 vagas na UTI neo-natal também tinham bebês internados. Destes, a Secretaria informou que dois também estão contaminados pela bactéria Serratia, mas em quadro controlado;um está sob investigação e os outros cinco enfrentam outros problemas. O hospital ainda analisa a transferência desses bebês para outra maternidade.

Segundo a Secretaria de Saúde, equipes de controle de infecção hospitalar trabalham na unidade para analisar os casos. A pasta diz que os bebês não correm risco porque as equipes médicas redobraram os cuidados nos procedimentos na UTI.

A transmissão da bactéria ocorre principalmente por causa da falta de higiene nas mãos. A  Serratia causa diminuição das plaquetas no sangue, que é responsável pela coagulação. Pacientes com baixa quantidade de plaquetas estão mais suscetíveis a anemias e hemorragias.