Planalto quer senadoras confrontando Dilma
Dilma vai ao senado, no processo do impeachment
[caption id="attachment_130220" align="alignleft" width="300"] De acordo com aliados, Dilma já se prepara para o embate. O discurso da presidente afastada será carregado de emoção e altivez ( Foto: Agência Brasil )[/caption] 'Se me hostilizarem, não será problema meu', afirmou a presidente afastada sobre possíveis ataques Brasília. A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) foi informada de que a estratégia do governo Michel Temer (PMDB) é escalar senadoras para confrontá-la, quando ela for ao plenário do Senado, no dia 29, para se defender no julgamento final do processo de impeachment. A tática está sendo planejada para evitar que homens sejam acusados de preconceito contra a petista, transformando-a em vítima. O rito do impeachment foi objeto de reunião na sexta-feira (19), entre Dilma e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Palácio da Alvorada. Ele saiu do encontro sem dar pistas sobre a conversa. Temer tem ligado pessoalmente para os senadores, pedindo apoio na votação para tirar Dilma do cargo. A fase final do impeachment, comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, começará na quinta-feira (25) e pode durar até uma semana. O governo quer o apoio do presidente do Senado para derrotar Dilma. Na contabilidade do Planalto, a presidente afastada será deposta com 61 dos 81 votos. Integrantes da base aliada de Temer, as senadoras Ana Amélia (PP-RS) e Simone Tebet (PMDB-MS) farão dobradinha para desmontar a tese da defesa. Dilma, porém, já se prepara para o embate. A ideia é que ela faça um pronunciamento carregado de emoção, mas mostre altivez e não leve desaforo para casa. Ela invocará até o testemunho de ex-ministros, hoje senadores, sobre sua gestão. "Se me hostilizarem, não será problema meu", afirmou Dilma, segundo aliados. Testemunhas Ricardo Lewandowski negou um pedido dos advogados de acusação para impugnar duas testemunhas apresentados pela defesa da presidente afastada. A medida tinha como objetivo acelerar o julgamento final. Ele, no entanto, permitiu que a acusação abrisse mão de uma das três testemunhas que havia indicado para participar do julgamento. Os advogados de acusação queriam que o economista Luiz Gonzaga Belluzzo e o jurista Geraldo Prado fossem impedidos de prestar depoimento porque eles não teriam nenhuma relação com o processo. O presidente do STF também negou o pedido da acusação para que o jurista Hélio Bicudo participasse por teleconferência do julgamento, já que ele não está bem de saúde e não poderá viajar a Brasília. Em outra decisão, Lewandowski também negou o pedido da defesa de Dilma para que fossem convocados peritos para prestar novos esclarecimentos. Lewandowski ainda tem que se manifestar sobre um recurso e requerimentos que têm como objetivo anular o processo de impeachment. Alteração A pergunta no julgamento final da petista, que não agradou à acusação, foi alterada. "Cometeu a acusada, a senhora presidente da República, Dilma Vana Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos junto à instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhe são imputados e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo de oito anos?", é a nova pergunta. A equipe de advogados do Senado vai preparar no fim de semana o relatório sobre o processo de impeachment a ser enviado à Organização dos Estados Americanos (OEA). A entidade pediu informações ao Senado em razão de petição protocolada por parlamentares petistas que alegam que o ato é um golpe. A Consultoria Legislativa da Câmara também produzirá um relatório sobre a admissibilidade do processo. O prazo termina na segunda-feira (22).
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