Sejus reocupa IPPOO II e apreende 165 celulares
A ação policial no IPPOO II durou cerca de dez minutos
[caption id="attachment_130811" align="alignleft" width="300"] Desde o fim da série de rebeliões, ocorridas em maio deste ano, já foram apreendidos 1.433 celulares em presídios[/caption] Em pouco mais de quatro meses, centenas de celulares foram apreendidos em unidades prisionais localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Somente em uma unidade, a CPPL I, os agentes localizaram mais de 400 aparelhos Agentes penitenciários retomaram, na última segunda-feira (5), as dependências do Instituto Penal Professor Olavo Oliveira II (IPPOO II), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A unidade era o último presídio que precisava ser ocupado após a greve dos agentes e a onda de rebeliões no Sistema Penitenciário cearense, que resultou na morte de 14 presos no mês de maio deste ano. Na intervenção, os agentes apreenderam 165 celulares, 198 chips e outros itens como baterias, carregadores e cartões de memória, conforme divulgou a Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus), em nota, ontem. Com esta apreensão, já são 1.433 aparelhos celulares recolhidos nas unidades reocupadas, após a crise que eclodiu há quatro meses. A ação dos agentes penitenciários no IPPOO II durou cerca de dez minutos e não encontrou resistência dos detentos, que foram encaminhados a uma das alas do presídio, para que outra ala comece a passar por reforma. Até esta semana, os presos caminhavam livremente pelo interior da unidade prisional. Segundo a juíza Luciana Teixeira de Sousa, a reforma deve durar em torno de 120 dias. Outras unidades Dentre as unidades que sofreram com a rebelião de presos e depredação das celas e já passaram pela reocupação pelos agentes penitenciários, a Casa de Privação Provisória de Liberdade Elias Alves da Silva (CPPL IV) é a unidade com reformas mais avançadas. Segundo a assessoria de comunicação da Sejus, o presídio deve estar com obras finalizadas nos próximos dias. A expectativa sobre a reforma das outras unidades do complexo de Itaitinga também é positiva. Conforme a assessoria, a Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima (antiga CPPL I), Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II) e a Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Jucá Neto (CPPL III) estão previstas para ser concluídas até o fim do mês. As obras custarão aproximadamente R$ 7 milhões, de acordo com a Sejus. Mortes e fugas Durante e após a série de rebeliões, os presídios onde os motins foram mais intensos registraram dezenas de mortes e centenas de fugas. Unidades como a CPPL I, CPPL III e Carrapicho viveram dias de barbárie, com presos sendo assassinados e tendo os corpos queimados. Inicialmente, o número de mortos divulgados pela Sejus era de 18. No entanto, com a realização de exames de DNA, membros que estavam separados dos corpos tiveram resultados compatíveis e o número baixou para 14 vítimas. Destas, 12 foram identificadas. A maior fuga ocorreu no dia 14 de julho deste ano, quando 152 pessoas fugiram do IPPOO II. O plano foi posto em prática durante a madrugada. Internos cavaram um túnel que deu acesso à área externa da unidade. Logo que foi constatada a fuga, a Polícia passou a atuar na busca dos internos. Cerca de 40 presos foram recapturados, entre eles o italiano Mário Emílio Severoni, de 76 anos, condenado por tráfico internacional de drogas. O estrangeiro foi localizado por policiais da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), na Rodoviária Engenheiro João Tomé. De acordo com a Polícia, ele tentava embarcar com documento falso para Cuiabá. De lá, seguiria para a Bolívia, onde tem mulher e filha. Mário Severoni apresentou uma carteira de identidade falsa e disse que fugiu do presídio porque "já está velho demais". Ele estava com Leonardo Pereira, que tinha um mandado de prisão em aberto. Na casa de Leonardo, no bairro Barroso, os policiais civis encontraram maconha do tipo 'Skunk'.
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