CE tem 21 mortes em decorrência de Aids por mês

Aids, metade dos óbitos acontece em Fortaleza

[caption id="attachment_130189" align="alignleft" width="300"]A nurse (L) hands out a red ribbon to a woman, to mark World Aids Day, at the entrance of Emilio Ribas Hospital, in Sao Paulo December 1, 2014. The world has finally reached "the beginning of the end" of the AIDS pandemic that has infected and killed millions in the past 30 years, according to a leading campaign group fighting HIV. United Nations data show that in 2013, 35 million people were living with HIV, 2.1 million people were newly infected with the virus and some 1.5 million people died of AIDS. By far the greatest part of the HIV/AIDS burden is in sub-Saharan Africa. REUTERS/Nacho Doce (BRAZIL - Tags: HEALTH SOCIETY)  - cidade - 19ci0501  -  NACHO DOCE No Estado, de acordo com o infectologista Érico Arruda, do Hospital São José, não há indicadores favoráveis de redução da doença ( FOTO: AGÊNCIA REUTERS )[/caption] São 131 óbitos registrados de janeiro a junho de 2016. A Capital é responsável por quase metade, com 65 De janeiro a junho de 2016, conforme a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), já foram registrados 131 óbitos em decorrência da Aids, o que representa uma média de 21 mortes por mês, ou uma a cada dois dias no Estado. Metade dos óbitos aconteceu em Fortaleza, com 65 casos, seguida de Maracanaú, Caucaia e Iguatu. Neste ano, de janeiro a 13 de agosto, também foram notificados mais 317 casos da doença e 401 casos de detecção do vírus HIV. No Estado, a maior ocorrência da doença se dá na faixa etária adulta de 30 a 39 anos, seguida dos adultos jovens de 20 a 29 anos. Contudo, os dados indicam que os casos de infecções pelo HIV têm aumentado entre jovens de 15 a 24 anos. Segundo o infectologista Érico Arruda, do Hospital São José de Doenças Infecciosas, a unidade atende a cerca de 4 mil pessoas vivendo com Aids. "A doença continua assustando no Nordeste e no Ceará. Não temos indicadores favoráveis de redução e ela continua aumentando principalmente entre homens jovens que fazem sexo com outros homens (HSH). São eles que precisam ter mais atenção, combinando o uso de preservativos ao uso de medicamentos". Falta Assistência No entanto, para o coordenador da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids no Ceará (RNP+CE), Vando Oliveira, as mortes são reflexo da falta de assistência integral do poder público e de campanhas de prevenção efetivas. "O atendimento existe, mas o número de profissionais é pequeno. As consultas chegam a demorar quatro meses. Se você não recebe esse acompanhamento, fica exposto às infecções oportunistas, o vírus se replica e aí vêm os adoecimentos, que são o caminho para os óbitos", critica. Além de adultos, crianças também podem ser afetadas pela doença: nos últimos dez anos, 77 crianças menores de 5 anos foram infectadas no Ceará, segundo a Sesa. A Pasta indica que uma das principais estratégias no diagnóstico precoce é a realização de, no mínimo, dois testes rápidos para o HIV durante o pré-natal de gestantes soropositivas, conforme orientação do Ministério da Saúde. Só em 2016, segundo a Sesa, o vírus foi detectado em 122 mulheres grávidas. Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Em situações nas quais a mulher segue as recomendações médicas, a possibilidade de transmissão vertical- quando o vírus é passado de mãe para filho- pode ser menor que 1%. Parto Segundo Érico Arruda, o bebê tem 65% de chance de ser infectado pelo HIV durante o parto. Outros 25% de chance de infecção são durante a gravidez e 10% no pós-parto. O desafio começa quando a detecção é confirmada, pois nem todos os medicamentos para adultos podem ser prescritos para crianças. "Os tratamentos têm se tornado mais efetivos, mas infelizmente, na primeira infância, a dificuldade é a família saber lidar com a criança. Os medicamentos não têm um gosto bom e ela tendem a rejeitá-los. Mas, se a criança toma a medicação, tem a perspectiva de qualidade de vida boa", explica o infectologista. Segundo a Sesa, no Ceará, nota-se a diminuição da taxa de detecção de Aids em menores de cinco anos no último dois anos. Dentre os motivos, está o atendimento das gestantes na Rede Cegonha, estratégia do Governo Federal que presta assistência à saúde materno-infantil no País, e a implantação do teste rápido nas maternidades. Existem 24 Serviços de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE) em 11 municípios. A Capital conta com sete unidades mantidas pelo município e mais duas mantidas em parceria com universidades privadas. Os SAEs dispõem de equipes multiprofissionais em saúde, compostas por infectologista, enfermeiro e, em alguns serviços, assistente social e psicólogo. Além da realização de testes para detecção do HIV e sífilis, eles realizam prescrição de medicamentos.(Colaborou Nicolas Paulino) SAIBA MAIS HIV é o vírus que invade as células do sistema imunológico. Já a Aids é o quadro de enfermidades gerado pela perda das células de defesa Uma pessoa que tem HIV pode nunca chegar a desenvolver a Aids, caso receba tratamento e acompanhamento adequado 16.790 casos de Aids foram notificados no Ceará entre 1983 e junho de 2016 Mais de 36 milhões de pessoas no mundo vivem com o vírus HIV

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