O cearense é um artesão por natureza e nada mais natural que celebrar o Dia Nacional do Artesão, comemorado em 19 de março, prestando uma homenagem ao talento e à dedicação desses profissionais que fazem do artesanato cearense um exemplo de sucesso de empreendedorismo e de superação. Nunca o artesanato cearense foi tão bem qualificado, estruturado e conectado às demandas de quem o admira, preserva e consome.
Os artesãos continuam presos às suas tradições, mas se permitem inovar e aprender em um ciclo contínuo. Assim, apresentam novas cores, formas e designs, investindo na qualidade do que fazem e na valorização de suas peças e seu trabalho. As mãos habilidosas, entre uma peça e outra, desenham, também, um futuro melhor, com o reconhecimento e retorno merecidos.
O Sebrae é uma das instituições que mais apoiam o artesanato no Brasil. No Cariri, região que se destaca cada vez mais pela sua importância econômica e turística no Ceará, o Sebrae atua há cerca de três décadas, com diversas ações. Atualmente, os artesãos são atendidos por meio do Projeto de Desenvolvimento da Cadeia do Turismo, integrando os setores de artesanato e turismo. Através desse projeto, o Sebrae trabalha desde a melhoria da qualidade e do design dos produtos, preservando as influências culturais e históricas, até a prospecção de mercados.
Os artesãos recebem consultorias e orientações, participam de rodadas de negócios, palestras, seminários, capacitações e dos principais eventos do gênero do País. Entre os temas abordados estão o desenvolvimento de novas coleções, identidade visual, gestão de negócios, marketing, controles financeiros e precificação, atendimento, vendas, relações interpessoais e associativismo, entre outros.
De acordo com o gestor do projeto, o analista do escritório regional do Sebrae do Cariri, Édio Callou, o investimento médio em todas essas ações, nos últimos anos, é de aproximadamente R$ 130 mil. A novidade de 2014 é o projeto Expoart 2014 - Ceará Original, que beneficia 13 grupos de artesanato do Cariri, com o objetivo de disseminar e abrir caminho para o escoamento da produção dos grupos atendidos, vislumbrando as oportunidades de prospecção de novos mercados a partir da Copa do Mundo Fifa 2014.
"Atendemos, atualmente, cerca de 20 grupos, além dos arte-sãos individuais, formalizados ou não. Tais grupos englobam cerca de 400 artesãos diretamente e mais de mil indiretamente. Além disso, em parceria com as prefeituras municipais e a Cearte, estimulamos a criação de novos grupos de artesanato", afirma o gestor.
Os resultados desse trabalho são inúmeros. "Os grupos atendidos aumentam, em média, 10% em vendas por ano. Cerca de 80% das vendas são para clientes externos ou de fora da região e 20% são vendas regionais. Portanto, a participação nos grandes eventos nacionais do setor tem representado, ao longo dos anos, a sustentabilidade financeira da grande maioria dos grupos. Podemos destacar, também, como resultados, o fortalecimento da cultura regional por meio da manutenção das suas tradições produtivas por gerações e a divulgação desses valores por meio da comercialização do artesanato para o mercado turístico", explica Édio.
Uma das iniciativas que prometem contribuir ainda mais para ampliar a renda dos artesãos do Cariri é o lançamento de um catálogo eletrônico, que ficará disponível na internet para que clientes de qualquer lugar do Brasil possam adquirir os produtos caririenses.
A artesã Zuleide Ferreira, da Associação dos Artesãos do município de Barro (Artemb), conta que, com a parceria do Sebrae, o grupo conseguiu se desenvolver e conquistas mercados. "Em 2012, recebemos consultorias e foi feito um trabalho de diagnóstico para identificar a principal tipologia a ser trabalhada pelo grupo. Foi feito, então, um trabalho de resgate do bordado, que, até então, só era feito por uma única artesã de 80 anos de idade. A ideia era reavivar essa história e não deixar o trabalho se perder no tempo, sem continuidade", conta.
Segundo Zuleide, uma das principais contribuições do Sebrae foi ajudar o grupo a imprimir qualidade no material produzido e participar de eventos diversos que renderam boas encomendas. "Superamos o problema da falta de qualidade com a ajuda do Sebrae. Hoje, temos tantas encomendas que não damos conta. Em 2013, recebemos encomendas grandes. Ao participar de uma rodada de negócios em Maceió, tudo mudou", avalia.
Outro grupo tradicionalmente incentivado pelo Sebrae é a Associação Comunitária de Mocotó, liderada por Maria Miguel de Oliveira, mais conhecida como Dona Rosinha, que já ganhou o Prêmio Top 100 de Artesanato e Prêmio Sebrae Mulher de Negócios.
"Desde o início do grupo, o Sebrae nos acompanha. Começamos trabalhando debaixo de uma árvore e, ao longo desses anos, evoluímos muito e o Sebrae é o nosso principal parceiro. No ano passado, fui aos Estados Unidos a convite da Organização das Nações unidas (ONU) para representar o Brasil na exposição Mulher Artesã Brasileira. Isso é um reconhecimento do nosso trabalho, que, com certeza, não teria a qualidade que tem hoje sem o apoio do Sebrae", diz a artesã.
Mais informações:
Central de Relacionamento
Sebrae - 0800-5700800
Comentários