LEILÃO: Governo arremata Usina Manoel Costa Filho.
R$ 15,4 MILHÕES:
Na próxima semana, uma comitiva da Adece e SDA deve visitar a usina a fim de iniciar os planos de trabalho
A Usina Manoel Costa Filho, localizada no município de Barbalha, foi arrematada pelo Governo do Estado do Ceará por R$ 15.480.647,05, em leilão promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT/CE). A hasta pública foi realizada, ontem, na Agência Fortal da Caixa Econômica Federal, bairro Aldeota. O valor a ser pago pelo equipamento, desativado desde 2004 devido à dívidas trabalhistas, corresponde ao lance mínimo. O bem era avaliado em R$ 25.801.078,42.
O titular da Adece, Roberto Smith, e o secretário de Desenvolvimento Agrário do Ceará, Nelson Martins, comemoram a aquisição do equipamento pelo Estado, na manhã de ontem
A aquisição da usina de açúcar e álcool foi comemorada pelo titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, e pelo presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Roberto Smith. Eles arremataram o bem na presença de outros gestores públicos, produtores rurais e antigos trabalhadores da Manoel Costa Filho.
O próximo passo será no sentido modernizar o equipamento. O governo já fez um estudo e identificou que serão necessários cerca de R$ 35 milhões para recuperar a usina, valor que, de acordo com Nelson Martins, já está garantido.
Benefício social
Para o titular da SDA, a usina deve gerar um grande benefício social à região do Cariri quando estiver em pleno funcionamento. Isso porque, em um raio de 100 Km, abrange 19 municípios que têm aproximadamente mil produtores de cana-de-açúcar. Por isso, ressalta, será necessário um trabalhar voltado à retomada da produção agrícola de cana-de-açúcar na região, com a ajuda do Cinturão das Águas.
O secretário acredita que, com o uso do bagaço da cana, será possível colocar a usina no rol das geradoras energia elétrica do País. "Podemos pensar, ainda, num trabalho de capacitação de estudantes junto a universidades", fala.
Perspectiva
A usina, entretanto, que já chegou a empregar 1.600 trabalhadores na década de 1990, não deve receber mais que 250 funcionários em sua nova fase. Isso porque o governo deve comprar máquinas modernas de produção, conforme explica o titular da Adece, Roberto Smith.
Por outro lado, ele destaca que o Cariri dispõe de mais de 8.500 hectares favoráveis à plantação de cana-de-açúcar, o que deve estimular os produtores que fornecerão o produto à usina. A expectativa do governo é gerar em torno de três mil empregos indiretos.
Cooperativa
Com relação ao fato de transformar o futuro empreendimento numa cooperativa por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), ideia defendida pela União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), como divulgou o Diário do Nordeste na edição de ontem, Roberto Smith foi enfático: "não é a melhor opção, mas isso vai depender de todo um planejamento". Já na opinião de Nelson Martins, a implantação de uma cooperativa "seria ideal".
O presidente da Unida, Alexandre Andrade Lima, defende o modelo de cooperativa dizendo que é ideal para distribuir melhor a renda entre os produtores rurais de cana-de-açúcar. "Nesse caso, os produtores não venderiam apenas a rapadura e a cana, mas os produtos finais, o açúcar e o etanol", afirma, informando que já convidou o governo estadual a fazer uma visita à Usina Cooperativa Pindorama de Alagoas, que produz um milhão de toneladas de cana-de-açúcar por ano.
Na próxima semana, uma comitiva formada por membros da Adece e da SDA deve viajar a Barbalha para visitar a Usina Manoel Costa Filho. O objetivo da visita é iniciar os planos de trabalho, bem como definir prazos para as obras.
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