TECNOLOGIA: Tablet é aposta de fabricantes em 2013 para o NE

Mercado deve receber, no segundo semestre, diversos modelos básicos do gadget, com preço a partir de R$ 299

São Paulo. Responsável por 3,5% dos R$ 41,4 bilhões faturados pelo setor de eletroeletrônicos entre os quatro primeiro meses do ano, de acordo com a pesquisa da consultoria alemã GfK divulgada na Eletrolar Show 2013, o Nordeste figura no Brasil como uma área de novas oportunidades para as empresas de tecnologia nacionais, as quais buscam fazer frente às gigantes multinacionais e emplacar produtos no público que mais tem aumentado o poder aquisitivo no País.

Durante a Eletrolar Show 2013, o tipo de eletrônico mais lançado pelas empresas de tecnologia que tinham stands na feira era o tablet, o qual figurava mais com modelos básicos de preços menores 

Neste ano, depois de um salto de mais de 90% nas compras entre janeiro e maio deste ano frente a igual período de 2012, de acordo com a mesma pesquisa, o eletrônico da vez - mais cotado por fabricantes e vendedores para todo o Brasil e, em especial, para o Nordeste - será o tablet. O gadget foi responsável por apenas 3,1% destes R$ 41,4 bilhões movimentados, mas deve avançar essa participação, tendo nos pequenos fabricantes os principais propagandistas das suas funcionalidades.

"Agora, é o momento do tablet e nós estamos focando nisso", afirmou o gerente de produtos do grupo Rio Branco, Rafael Cortez, em coletiva de divulgação dos novos lançamentos durante a Eletrolar Show 2013.

Consolidada com a Maxprint como marca de acessórios de tecnologia, o grupo optou por entrar no mercado dos chamados tablets de entrada com a Dazz. A empresa está lançando quatro modelos do gadget, dentre eles um infantil, de olho na fatia mais encontrada na região Nordeste: classes C, D e E.

´Público sedento´

"Tudo que a gente lança, primeiro vendemos no Nordeste. É um público sedento por estes artigos e chega a representar mais que São Paulo para o nosso grupo", ressaltou Cortez.

Usando a outra marca tanto para vender acessórios como para identificar qual artigo eletrônico tem mais demanda, o grupo Rio Branco - via Dazz - desenvolveu modelos cujos preços variam entre R$ 349 até R$ 799.

"A ideia é justamente continuar popularizando os tablets com foco nas classes de menor renda e poder aquisitivo ascendente", aponta Ricardo Malta, diretor de outra fabricante, a DL.

De acordo com ele, a empresa trabalha com a Foxconn na produção do seu tablet próprio e já tem o faturamento ancorado na venda do eletrônico. Com os modelos custando entre R$ 399 e R$ 466, a aposta dele é "no impressionante consumo do pessoal do Nordeste".

Já o diretor-presidente da Leadership, Alexandre Perelson, que espera um crescimento de 30% nas vendas na região em 2013, disse ter identificado junto aos vendedores e consumidores finais o tablet como principal produto em crescimento e, por isso, lançou quatro modelos de entrada do gadget.

"Não é o nosso DNA, mas, com ele, nós estamos atendendo uma demanda que não tem data para acabar e que é importante de ser atendida", aposta.

Notebook ainda em alta

No entanto, a Integris - empresa que atua na produção de acessórios de tecnologia - continua a apontar o notebook como o principal artigo a ser vendido no Nordeste em 2013. Com 30% do faturamento na região e uma aposta crescente em artigos para gamers, a gerente nacional de vendas da empresa, Maisa Monteiro, afirmou que "estudos feitos na região constatam que o notebook não vem perdendo espaço para o tablet e deve ter fatia grande neste ano".

A consideração de Maisa é seguida também pela Megaware. Na nova linha lançada durante a Eletrolar, a pequena fabricante de PCs e notebooks reforçou a presença nestes gadgets, mas também apostou em um artigo híbrido - que lembra o tablet - para disputar mercado. A marca tem no Ceará a terceira menor carteira (15%) do Nordeste (atrás de Pernambuco, 32%, e Bahia, 25%), e acha que a novidade deve "atingir o varejo regional até o fim do ano de maneira ofensiva".

"Nosso público alvo é o de entrada, o que quer coisas baratas e não quer pagar tanto", aponta o diretor da Megaware, Camilo Stefanelli, afirmando também que a carência de tecnologia em geral na região dá margem para crescer tanto com notebooks quanto com os tablets.

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA*
REPÓRTER

*O Jornalista viajou a convite da Eletrolar