Mulher é presa por tentativa de homicídio contra o filho de 3 anos. — Foto: Redes sociais
Criança deu entrada no hospital de Anastácio (MS) com sinais de desnutrição, desidratação severa e lesões, incluindo queimaduras e marcas nos punhos. O caso, inicialmente tratado como maus-tratos, evoluiu para tentativa de homicídio.
Por Nadine Lopes, g1 MS - 07/03/2025
Criança deu entrada no hospital com diversas lesões.
Uma mulher foi presa preventivamente pelo crime de tentativa de homicídio contra o filho de 3 anos nesta quinta-feira (6), em Anastácio (MS). Veja o vídeo acima, gravado por testemunhas e publicado nas redes sociais.
O caso teve início na segunda-feira (3), quando a mulher, que não foi identificada, foi presa em flagrante por maus-tratos, após a criança dar entrada no hospital da cidade com sinais evidentes de agressões físicas, desnutrição e desidratação severa.
A equipe médica acionou o Conselho Tutelar, que comunicou a Polícia Militar. No local, os policiais constataram que a criança apresentava lesões pelo corpo, incluindo na cabeça, queixo, braços e abdômen, além de um quadro grave de desnutrição.
Diante disso, foi feita a transferência imediata da criança para um hospital em Campo Grande (MS). Testemunhas relataram à Polícia Civil que a criança vinha sofrendo agressões fre-quentes, sem que qualquer medida fosse tomada para protegê-la.
Durante a abordagem policial, a mãe da criança deu informações contraditórias sobre os responsáveis pelos cuidados do filho. A suspeita foi levada à Delegacia de Polícia Civil de Anastácio e foi presa em flagrante.
No mesmo dia, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva da mulher, porém o pedido foi negado pela justiça, e a suspeita foi liberada na quarta-feira (5). Apesar disso, novas provas surgiram, levando a delegacia a pedir novamente a prisão da investigada.
Na segunda vez, a prisão foi aceita pelo juiz da comarca de Anastácio. O principal fundamento para a prisão foi o depoimento do médico responsável pelo atendimento da criança no hospital.
Conforme os relatos, a mãe não levou a criança espontaneamente no hospital, tendo, na verdade, sido "escoltada" por populares que a obrigaram a levar o filho para atendimen-to médico.
Segundo ele, a criança apresentava sinais alarmantes de desidratação, desnutrição severa e estava com diversos ferimentos, incluindo queimaduras e marcas de ter sido amarrada pelos punhos. Ele informou ainda, que de acordo com seus conhecimentos, se a criança tivesse ficado mais um dia sem atendimento, teria vindo à óbito.
Com isso, a delegada responsável pelas investigações, Tatiana Zyngier, entendeu que o caso deveria ser tratado como tentativa de homicídio e não apenas como maus tratos.
"As agressões físicas e psicológicas contra a criança não foram episódios isolados, mas sim um padrão constante de abusos, e que em nenhum momento a investigada demonstrou arrependimento ou remorso por suas atitudes", afirma a delegada.
Em nota, o Conselho Tutelar de Anastácio se manifestou, afirmando que desde o momento que teve conhecimento da primeira denúncia do caso, tomou todas as medidas cabíveis junto a autoridade competente.
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