Segundo o boletim de ocorrência, a mulher estava bastante alterada sob efeito de álcool. O caso foi registrado como injúria racial e lesão corporal.
Por Luiz Henrique Cisi, Fernando Zuba, Maria Lúcia Gontijo, Ernane Fiuza, TV Globo — Belo Horizonte
Mulher é presa por injúria racial em aeroporto de Belo Horizonte
Uma mulher, de 39 anos, foi presa pela polícia no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Grande BH, suspeita de injúria racial e lesão corporal contra um gerente operacional da companhia aérea Azul, na tarde deste domingo (23).
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Luana Otoni de Paula deu entrada no Presídio de Vespasiano nesta segunda-feira (24).
Suspeita de injúria racial foi ouvida na delegacia de Vespasiano — Foto: Henrique Campos/TV Globo
Suspeita de injúria racial foi ouvida no Centro Integrado de Segurança Pública no aeroporto de Confins — Foto: Ernane Fiuza/TV Globo
Suspeita de cometer injúria racial após ser ouvida pela Polícia Civil em Vespasiano — Foto: Henrique Campos/TV Globo
Ela era passageira de um voo que seguiu para Natal (RN), às 13h30, mas, após o tumulto, foi impedida de entrar no avião.
Depois de apresentar o cartão de embarque, Luana caiu no chão antes de chegar na aeronave. Para ajudá-la, um funcionário da empresa socorreu a passageira e relatou que ela apresentava sintomas de embriaguez.
O gerente operacional perguntou se a cliente precisava de atendimento médico e a convidou a se retirar do avião, respeitando os protocolos da aviação civil, referente à segurança aérea, e explicou que a passageira precisaria ser realocada em outro voo.
Segundo o boletim de ocorrência (BO), quando o funcionário da Azul retirou os pertences de Luana, ela tentou agredi-lo e disse que ele era "macaco, preto, cretino, babaca". A mulher também falou que ele estaria feliz por desembarcar uma patricinha, e chutou e socou o homem.
Outro funcionário da companhia tentou conter a cliente e também foi xingado. A Polícia Federal (PF) foi chamada, deu voz de prisão à suspeita e a conduziu até a base da Polícia Militar (PM).
Os agentes da PF também foram ofendidos pela mulher. No BO, foram registradas agressões verbais como "policiais federais babacas, playboys que viraram policiais e moleques".
O que dizem os envolvidos
Para a PM, Luana contou que apenas obedeceu ao funcionário da empresa e que teria tropeçado ao entrar na aeronave. Ela alegou que não poderia perder o voo por motivos profissionais, que se exaltou e saiu de perto dos envolvidos.
A suspeita ainda contou que aguardava uma refeição em um restaurante quando os policiais deram voz de prisão em flagrante, antes de ela ser conduzida.
A Polícia Civil informou que Luana foi levada para a delegacia de Polícia Civil, em Vespasiano, na Grande BH.
O g1 conversou com a suspeita, que preferiu não manifestar-se, limitando-se a dizer que o ocorrido foi apenas um mal-entendido.
A reportagem também entrou em contato com o funcionário da Azul, que pediu à reportagem que buscasse informações com a companhia aérea.
O que diz a Azul
"A Azul informa que uma Cliente indisciplinada no voo AD2562 (Belo Horizonte-Natal) foi orientada a desembarcar por comportamento inadequado. No momento do desembarque, a Cliente agrediu física e verbalmente um Tripulante da Azul. A autoridade de segurança foi chamada para acompanhar o desembarque e, em seguida, os conduziu para delegacia para registrar depoimento e conduzir a apuração do caso. A Azul ressalta que repudia veemente qualquer tipo de ofensa ou agressão aos Clientes e seus Tripulantes, sendo certo que serão adotadas as medidas cabíveis."
https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2024/06/23/mulher-suspeita-de-cometer-injuria-racial-em-aeroporto-e-conduzida-pela-policia-e-impedida-de-embarcar-em-confins.ghtml