Assim como o Estado, Bahia e Pernambuco também calculam seu PIB. A Bahia lidera com avanço de 3,6%
Com avanço de 2,9% no seu Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre do ano, na comparação com igual período do ano anterior - quase cinco vezes a média obtida pelo País (0,6%) -, a economia cearense teve o segundo melhor desempenho entre os estados do Nordeste que calculam o indicador. À sua frente está a Bahia, com crescimento de 3,6%. Já Pernambuco, na terceira posição, cresceu 2,8%, em igual período.
Dos setores que compõem a economia estadual, o pior desempenho foi na agropecuária, que caiu 31,6% no primeiro trimestre de 2012
Ampliando a base de comparação para as demais unidades da Federação, o Estado também ficou acima de Minas Gerais, onde o PIB registrou acréscimo de 2,3% de janeiro a junho deste ano, ante iguais meses do ano passado. Além do Ceará, Bahia, Pernambuco e Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo também calculam o índice, apesar de ainda não o terem divulgado para o período analisado.
Considerando apenas o trimestre encerrado em junho, o incremento registrado pelo Ceará foi de 2,4%, também acima do de Pernambuco (1,7%) e inferior ao da Bahia (2,6%). Já Minas Gerais contabilizou somente 0,4% de crescimento, comportamento similar à variação do PIB brasileiro no segundo trimestre do ano, que foi de 0,5%.
Sustentáculo
Mais uma vez os serviços, foram o sustentáculo do resultado positivo do PIB no Estado. Na primeira metade de 2012, em referência a igual semestre de 2011, a taxa de crescimento do setor foi de 5,8%. "Os serviços, que respondem por cerca de 70% da economia local, foram os grandes responsáveis pela variação positiva de PIB de 2,9% alcançada pelo Ceará. E neste cenário, as atividades ligadas ao turismo serão cada vez mais relevantes para a economia estadual", reforça Eduardo Diogo, secretário de Planejamento e Gestão do Ceará, que apresentou os números ao lado da economista Eloísa Bezerra, do Instituto de Planejamento e Estratégia Econômica do Estado (Ipece).
De fato, nesse universo, o maior destaque foi para os grupos transportes e alojamento alimentação, com incrementos de 10,7% e 8,4%, respectivamente, nos seis primeiros meses do ano em curso. Já o comércio cresceu 6,5% em igual período.
Indústria
No que diz respeito à indústria local, a taxa de crescimento do setor foi de 2,2% no primeiro semestre do ano e de 2,7% considerando apenas o segundo trimestre. Dos quatro segmentos relativos ao setor, a indústria de transformação foi o único com taxa negativa (-1,7%). "O que continua segurando a indústria cearense é a construção civil e o setor de eletricidade, gás e água, dado que a indústria de transformação vem sendo fortemente prejudicada por fatores externos e pela competitividade", explica Eloísa Bezerra.
Pior resultado
Dos setores que compõe a economia estadual, o pior desempenho foi registrado pela agropecuária, que despencou 31,6% no primeiro trimestre de 2012, ante igual período de 2011. Sujeito a flutuações climáticas, a atividade foi fortemente impactada pela quebra de safra de grãos como algodão, milho, feijão e arroz, com quedas de 88,8%, 85,9%, 82,7% e 46,8%, respectivamente. As três culturas respondem por mais de 90% da produção agrícola estadual. "A queda da agropecuária só não foi ainda maior por conta da fruticultura, pelas tecnologias adotadas e por ser preponderantemente irrigada" destacou Diogo.
Investimentos
Na avaliação do secretário de Planejamento e Gestão, os investimentos públicos têm sido um fator determinante para o desempenho da economia do Ceará. "De 2007 a 2011, o Estado aplicou R$ 9,6 bilhões em investimentos e só no primeiro semestre de 2012 já foram R$ 592 milhões", afirma. Ao lado do PIB, o governo divulgou ainda o Boletim da Conjuntura Econômica Cearense do 1º semestre.
Governo mantém perspectiva anual
Para o fechamento de 2012, o governo estadual continua trabalhando com uma perspectiva de crescimento da economia cearense da ordem de 4,5%. Para tanto, explica a economista Eloísa Bezerra, do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), "será necessário que o comércio, a construção civil e as atividades características do turismo continuem com resultados positivos o suficiente para cobrir as deficiências da agropecuária e da indústria de transformação ao longo deste ano.
"Tradicionalmente, o segundo semestre sempre revela um maior dinamismo da economia. Acredita-se que neste semestre haverá mais circulação de recursos advinda da liberação do 13º salário dos trabalhadores e pela continuação das medidas do governo federal sobre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para segmentos chaves da economia brasileira e cearense", justifica.
Vale lembrar também, emenda Eloísa, que na segunda metade do ano encontram-se as datas mais significativas para as famílias, como o Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal, quando o consumo é mais incentivado
Eleições
Neste cenário, o secretário de Planejamento e Gestão, Eduardo Diogo, frisa que 2012 é um ano atípico por contar com a realização das eleições municipais. "Toda eleição tem um impacto muito positivo para a economia estadual. Há uma maior demanda por produtos e serviços, acompanhada de maior contratação de pessoal, absorvendo a mão de obra que estava desempregada, o que dá força para a economia", conclui. (ADJ)
Expectativa
4,5% é quanto deve crescer a economia do Estado em 2012, segundo projeta o governo
ANCHIETA DANTAS JR.
REPÓRTER