São Paulo Após ver negados dois pedidos de liminar para que opositores do PSB não veiculem referências à presidente Dilma Rousseff em Belo Horizonte e Recife, o PT irá adotar nova estratégia em Campinas (SP).
Aliados em âmbito nacional, PT e PSB disputam localmente nesses municípios. O partido de Dilma tentou barrar na Justiça a divulgação de referências à presidente em campanhas dos concorrentes, reivindicando que isso só é permitido ao PT e a coligações locais com o partido, mas não obteve sucesso.
Em vez de questionar apenas uma única utilização da imagem ou referência à presidente, o comitê de Marcio Pochmann, candidato do PT em Campinas, está reunindo várias edições do programa eleitoral em que o candidato Jonas Donizette (PSB) aparece entre fotos de Dilma e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmando que contará com o apoio dos dois caso seja eleito.
Segundo o coordenador político da campanha, Renato Simões, o objetivo é apontar que houve "desvirtuamento da realidade para favorecer candidaturas", o que não é permitido pela lei eleitoral.
"Ações pontuais não funcionaram, então estamos acumulando as imagens para mostrar que estão sistematicamente buscando induzir o eleitor ao erro", disse. "Eles estão associados a partidos que historicamente fazem oposição ao PT e agora querem defender a Dilma? Isso é puro oportunismo e má-fé".
Simões se refere ao fato de que o candidato a vice na chapa de Donizette, Paulo Eduardo Moreira da Silva, é do PSDB e a coligação ainda inclui o DEM e o PPS. "Reconhecemos que o PSB é um parceiro na sustentação do governo federal, mas isso não dá o direito de insinuar que são eles que têm o apoio da Dilma", afirmou Simões, que disse ainda que o partido entrará com uma ação em Campinas "a qualquer momento".
Donizette afirmou que o PSB é um dos partidos "mais fiéis e leais" à base de apoio de Dilma em votações no Congresso e que ele apoiou o governo em 94% de seus votos, índice que seria maior do que de alguns petistas.
"A presidenta é do PT, mas o governo federal é uma coalizão. Minha história é de bom relacionamento tanto na esfera federal quanto estadual e essa é a realidade que o programa mostra", afirmou.
Segundo turno
Na semana passada, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho (PT), afirmou que a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), não irá se manifestar sobre as eleições municipais até o fim do primeiro turno. De acordo com o ele, a chefe da Nação só entrará com apoio a prefeituráveis na segunda etapa do pleito.
"É pouco provável que a Dilma vá a alguma cidade no primeiro turno. Pode ser que faça algumas poucas gravações. Ela está se reservando para entrar forte na campanha do segundo turno", comentou o ministro. Carvalho não confirmou se a presidente virá apoiar alguma candidatura petista no Grande ABC.