Ministro da Saúde nega relação entre greve da Anvisa e atraso de produtos

Agência fiscalizadora está em greve desde 16 de julho.

O ministro da Saúde Alexandre Padilha afirmou nesta quinta-feira (23) que os recentes casos de desabastecimento de produtos importados em hospitais e laboratórios não têm relação com a greve dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Não existe e não existirá qualquer desabastecimento de insumos hospitalares”, garantiu Padilha. “Nenhum dos casos concretos de atraso tem relação com a Anvisa”, reforçou.

A Anvisa é responsável pela fiscalização de todos produtos usados em tratamentos de saúde no Brasil, desde medicamentos até reagentes para exames. Desde o dia 16 de julho, os servidores da agência, que é ligada ao Ministério da Saúde, estão em greve.

Como muitos desses produtos são importados, não podem ir para os hospitais e laboratórios sem antes passarem pela aprovação dos servidores da agência. Em vários estados, profissionais da área médica já reclamam da falta de recursos para trabalhar, por atraso na chegada dos produtos.

Segundo o ministro da Saúde, os servidores estão garantindo a entrada de produtos prioritários no país. “Na Anvisa, 70% dos servidores estão trabalhando para garantir os serviços essenciais”, afirmou.

“É inadmissível que uma greve interrompa os serviços essenciais”, prosseguiu. “O Ministério da Saúde está adotando um conjunto de medidas para garantir esse atendimento essencial”, completou.

Padilha disse ainda que a Anvisa não é responsável por nenhuma retenção de carga nos portos e aeroportos. “A Anvisa tem buscado apurar os casos de atraso e todos os identificados não têm ligação com o desembarque de carga”, apontou. “As liberações de cargas feitas pela Anvisa estão mantidas, assim como outras atividades da agência nos portos”, concluiu.

Mais cedo nesta quinta, a Receita Federal, cujos auditores também estão em greve, negou que haja produtos essenciais de saúde retidos por seus servidores. "Posso afirmar categoricamente, sem sombra de dúvidas, que não existe medicamento ou produto de saúde que esteja em atraso na Receita Federal", disse o subsecretário de Aduana e Relações Internacionais do Fisco, Ernani Checcucci Filho.