Por: Dayane Laet
Os acusados de envolvimento na morte da dona de casa Maria de Lourdes Farias de Melo, ocorrido na madrugada de 24 de junho de 2011, foram ouvidos nesta terça-feira (21) pelo juíz substituto André Guasti Motta, na 9º Vara Criminal de Maceió, no bairro do Barro Duro.
Maria de Lourdes foi retirada por três homens de sua residência, localizada no Conjunto Carminha e arrastada pelos cabelos, até o meio da rua. Um deles atirou em sua direção, atingindo sua nuca com dois tiros. Após os disparos, Lourdes teve um de seus braços arrancado e sua cabeça colocada em uma estaca. A palavra ”Cagoeta” foi escrita com sangue da vítima na parede da casa de seu vizinho, com uma esponja encontrada em um terreno próximo. Assista com exclusividade o vídeo, na época, feito pelo EMERGENCIA190
Foram ouvidos pelo magistrado Williams Vicente dos Santos Oliveira, 22, o “Língua”, que foi preso no dia 7 de agosto do ano passado, Jamerson dos Santos Lima, o "Paulista" e o adolescente G.S.L., o "Gabinha". Os dois últimos foram presos no dia 14 de agosto daquele ano.
Durante depoimento, Williams assumiu que efetuou os disparos, mas negou que tivesse matado Maria de Lourdes. “Ela estava se debatendo quando o Gabinho, decidiu cortar sua cabeça e o braço”, contou Willams. “Decidimos matá-la durante uma festa, onde bebemos e consumimos drogas, ele (Gabinho) tava possuído”, acrescentou.
O promotor de Justiça, José Antônio Malta Marques, em entrevista exclusiva ao EMERGENCIA190, durante a oitiva, declarou que o que mais pesa no processo são os requintes de crueldade com que o crime foi praticado. “Trata-se de algo hediondo, pois não ficou provado sequer que a vítima realmente tenha denunciado os acusados”, explicou o Promotor.
Ainda segundo José Antonio Malta Marques, o depoimento de “Lingua” foi essencial para a elucidação do caso. “Agora sabemos que havia uma motivação para o crime e que Gabinho queria se vingar”, concluiu Marques.
A dona de casa assassinada foi contratada por um policial militar do Batalhão de Operações Policiais (BOPE) por indicação da tia de Gabinho e, segundo depoimento de Willams, ela teria comentado com seu sobrinho que Maria de Lourdes estaria passando informações que denunciavam as atividades da gangue, que dominava o tráfico no Conjunto Carminha, na época da morte.