Protesto era contra a repressão a protestos anteriores e contra prisões.
Da AFP
Tunisianos protestavam nesta terça-feira (14) contra o governo em Sidi Bouzid, berço da revolução de 2011, onde também ocorre uma greve geral que contou com uma forte adesão, segundo diversas fontes.
Os manifestantes e grevistas protestavam contra a repressão a movimentos anteriores, de julho e da semana passada, e reivindicaram a libertação de pessoas detidas nos episódios.
Apenas açougues foram abertos, para que os muçulmanos pudessem fazer suas compras para a Noite do Destino, que celebra a revelação do Corão ao profeta Maomé durante o mês de jejum do Ramadã.
De acordo com um membro da Frente do 17 de Dezembro, uma das organizações que convocaram a greve, houve 90% de adesão ao movimento.
A manifestação reuniu centenas de pessoas, entre opositores políticos, sindicatos e representantes dos empresários.
"O povo quer a queda do regime", cantavam os manifestantes, que exigiam a libertação das cerca de 40 pessoas detidas na região desde o fim de julho.
Na quinta-feira passada, em Sidi Bouzid, em torno de 800 manifestantes que protestaram contra uma intervenção policial e contra o governo, dominado por islamitas de Ennahda. Eles atiraram pedras contra as forças policiais, que respondeu com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Além disso, milhares de tunisianos protestaram na noite de segunda-feira contra as ameaças aos direitos da mulher e contra Ennahda.
O movimento da segunda-feira, convocado por organizações feministas, de defesa dos direitos humanos e da oposição, foi organizado no dia do aniversário da promulgação do Código de Estatuto Pessoal, de 13 de agosto de 1956, que reúne um conjunto de leis que instaurou a igualdade dos sexos em vários aspectos.
Ennahda está no centro de uma polêmica provocada por um projeto de artigo da Constituição adotado na Assembleia Nacional Constituinte em 1º de agosto e que ameaça os direitos da mulher.
O partido islamita, à frente de uma coalizão formada com dois partidos de centro-esquerda, desmente querer afetar as prerrogativas da mulher e afirma que a igualdade entre os sexos está mencionada no preâmbulo da futura Carta Magna.