O excesso de sal nos alimentos pode estar relacionado com feridas no estômago e aumento do risco de desenvolvimento do câncer de estômago, alerta pesquisa inglesa. De acordo com o estudo 14% de todos os casos desse tipo de câncer poderiam ser evitados apenas ajustando a dieta.
Os ingleses consomem, em média, aproximadamente 8,6 gramas de sal por dia, boa parte “escondida” nos alimentos industrializados, já que o sal é usado como conservante mesmo em alimentos adocicados. Essa quantidade de sal é 43% maior do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é de 6 gramas diárias, ou algo como uma colher de chá bem rasa.
De acordo com os pesquisadores do Fundo Mundial para Pesquisas sobre o Câncer (WCRF, na sigla em inglês), indicar claramente os níveis de sal no rótulo das embalagens poderia servir de alerta para os indivíduos sobre a quantidade do produto em suas dietas rotineiras.
“O câncer de estômago é difícil de tratar principalmente porque se desconhece todos os fatores envolvidos no seu desenvolvimento”, explica Kate Mendoza, uma das autoras da série de pesquisas sobre o tema publicadas no site da WCRF.
“Por isso as escolhas no estilo de vida e nos padrões alimentares merece grande atenção. Comer mais frutas e legumes e diminuir radicalmente o sal são duas das recomendações mais acertadas para diminuir os riscos do desenvolvimento do câncer de estômago”, completa.
Como aproximadamente mais de 70% do sal consumido diariamente vem dos alimentos industrializados, os pesquisadores da WCRF enfatizam que a rotulagem e as informações nas embalagens poderia ser um diferencial no controle da condição.
“Padronizar como os rótulos devem ser apresentados poderia fazer com que os consumidores fizessem uma melhor escolha para sua saúde”, diz Mendoza que indica que seguir as recomendações da OMS já poderia proteger muitas pessoas do desenvolvimento do câncer de estômago.
Além da relação com o câncer de estômago indicado pela pesquisa, o excesso de sal está comprovadamente ligado aos problemas da pressão alta – que aumenta os riscos para o AVC e doenças do coração – assim como osteoporose e problemas nos rins.
Outras conclusões da pesquisa podem ser acessadas no site do periódico British Journal of Cancer, publicado pela mesma editora da revista Nature, e no site do Projeto de Atualização Constante da WCRF.
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por Enio Rodrigo