Denise Rocha esteve no Senado para se informar sobre exoneração.
Iara Lemos e Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
A advogada Denise Leitão Rocha esteve no Senado na manhã desta terça-feira (7) pela primeira vez desde que o vídeo em que aparece em cenas de sexo vazou na internet.
Ela trabalhava no gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e, em razão do episódio, foi exonerada do cargo de assessora parlamentar. A exoneração foi publicada na edição desta segunda-feira (6) do boletim administrativo do Senado.
Embora ressalve admirar o trabalho do senador, a assessora classificou a exoneração como uma atitude "desumana" e "machista". Ela afirmou que recusou convite para posar nua em uma revista masculina.
"“Se fosse um homem, não teria tanta repercussão. O ataque foi do cafajeste que divulgou o vídeo”", afirmou, em entrevista ao G1, com as mãos trêmulas e a voz embargada (veja nos vídeos os principais trechos).
Denise afirmou que sua vida se transformou em "um “inferno"” desde que o vídeo começou a ser divulgado. "Infelizmente, fui vítima de um canalha e estou sofrendo por isso", declarou.
A gravação circulou entre assessores e jornalistas em uma sessão da CPI do Cachoeira e chegou a ser vista nas telas de laptops de alguns parlamentares, no começo de julho, na sessão em que a comissão ouvia o depoimento do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT).
Na ocasião, Denise Rocha chegou a entrar na sala, mas diante da curiosidade de fotógrafos e jornalistas, evitou levantar o rosto e saiu em cinco minutos.
"A CPI é para investigar o quê? É para investigar a minha relação sexual ou o Carlinhos Cachoeira?", indagou.
A polícia investiga o caso, e as circunstâncias do vazamento do vídeo ainda não estão esclarecidas. Segundo policiais, o homem que as imagens mostram nas cenas com a ex-assessora confirmou ser a pessoa que aparece no vídeo, mas negou ser o responsável pelo vazamento do material na internet.
A assessora foi ao Senado nesta terça para conversar com o senador Ciro Nogueira, mas o parlamentar não estava no gabinete.
Acompanhada da advogada Mariana Kreimer e de um tio que veio do Piauí, ela afirmou que está fazendo tratamento psicológico e que desde a divulgação do vídeo, não tinha mais saído de casa.
"“Como vou chegar num escritório, entregar um currículo? [...] Minha vida não é isso. Nenhum dinheiro vai pagar nada. Vou sofrer com isso a vida toda”", afirmou.