O fotógrafo Lecio Panobianco Jr., de 52 anos, que sofre de um câncer grave na região inguinal, denunciou que foi obrigado por soldados do Tático Móvel da PM a ficar de pé durante duas horas, com uma submetralhadora apontada para o abdome, na Zona Leste de São Paulo.
Lecio, que foi confundido com um criminoso, afirmou que foi xingado pelos policiais de "ladrão sem vergonha", "careca safado", "vagabundo" e "cara de quem não vale nada".
Segundo o jornal "Folha de São Paulo", o homem enfrenta a terceira temporada da quimioterapia. Devido tratamento, Lecio perdeu os cabelos e está com aspecto doentio.
"Eu sinto muito frio na cabeça, por isso ando sempre de gorro. Percebi que o tenente não gostou da minha aparência. Até reconheço que pareço um dependente, um drogado. Mas minha droga é a quimioterapia", afirmou à publicação.
A abordagem aconteceu após uma mulher que saia de um supermercado na avenida Sapopemba ver um estranho dentro de seu carro. Ela acionou a polícia, que assim que chegou ao local encontrou o fotógrafo conversando com um pedreiro. A mulher apontou para Lecio e afirmou que era ele que tinha visto em seu carro.
O fotógrafo, que é vizinho do supermercado, tentou explicar sobre sua doença e os funcionários do supermercado e de uma loja de rações defenderem o homem. De acordo com Lecio, a PM não perguntou seu nome e não fizeram verificação de antecedentes.
Um tempo depois a mulher declarou que não tinha certeza se aquele era o homem que tinha visto em seu carro, só então a polícia foi verificar e descobriu que o fotógrafo não tinha antecedentes criminais e o liberou.
A Polícia Militar afirmou que vai verificar a denúncia.