Pílula do dia seguinte será distribuída sem receita médica nos postos de saúde
A pílula só deve ser usada em emergência, quando a mulher estiver sem proteção. Ela falha 15 vezes mais do que o anticoncepcional oral.
O Ministério da Saúde facilitou o acesso à pílula do dia seguinte - o anticoncepcional de emergência. A distribuição é feita sem receita médica nos hospitais públicos e postos de saúde, mas os médicos recomendam cuidado.
Eles alertam para os riscos deste método contraceptivo e pedem que as pacientes sejam informadas disso. A pílula do dia seguinte só deve ser usada em caso de emergência, quando a mulher estiver sem proteção.
As mulheres agora podem conseguir o anticoncepcional de emergência - sem prescrição médica - nos hospitais públicos e postos de saúde. Esta é uma orientação dada pelo Ministério da Saúde, e está em vigor desde o início do ano.
O grupo de Ginecologia da Adolescente do Hospital das Clínicas de São Paulo trabalha com as questões sexuais das adolescentes há muitos anos. Em 2011, a equipe médica fez uma pesquisa e constatou; 75% das meninas e 60% dos meninos já conheciam a pílula do dia seguinte, e 23% das meninas já tinham usado essa pílula.
Uma única pílula do dia seguinte equivale à metade de uma cartela de anticoncepcionais, uma dose maciça de hormônios. “A pílula do dia seguinte falha 15 vezes mais do que o anticoncepcional oral. Então a mulher que tem que ficar em uma situação de risco, ela se arrisca também a ter uma gravidez”, afirma Albertina Duarte.
Agora o Ministério da Saúde pretende facilitar a distribuição da pílula que evita a gravidez ate cinco dias apos a relação sexual sem proteção.
A ginecologista e coordenadora do grupo do HC acredita que o Ministério da Saúde deve facilitar a distribuição da pílula do dia seguinte, desde que seja acompanhada de uma campanha educativa.
“As adolescentes ficam apavoradas porque elas têm mais dificuldade de usar o preservativo ou a pílula de todo dia, então essa adolescente com menos de 15 anos ela usa muitas vezes como um anticoncepcional normal”, afirma.
As meninas que frequentam o grupo do HC enxergam na pílula do dia seguinte um remédio a ser evitado. “Se a gente tem como se prevenir diariamente, tudo certinho, por que a gente vai preferir o errado, por ser mais fácil?”, questiona.
O Ministério da Saúde afirma que todas as pacientes que retirarem a pílula do dia seguinte sem receita serão orientadas pelas equipes dos hospitais e que médicos e enfermeiros devem alertar mulheres e adolescentes sobre a importância de usar essa pílula apenas quando outros métodos contraceptivos não foram utilizados.
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