Sesa denuncia fornecedores por falta de remédios em hospitais do Amapá

Fornecedores devem ser convocados para regularizar distribuição.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) denunciou à Justiça Federal fornecedores de medicamentos de hospitais da rede estadual do Amapá, por causa de atrasos na entrega de remédios e correlatos, segundo o órgão, que afirma que a demora no repasse dos itens é a justificativa para a falta de remédios e equipamentos nas unidades de saúde, frequentemente reclamadas pela população.

Denilson Magalhães, secretário adjunto de Atenção à Saúde da Sesa, apontou que pelo menos 10 empresas contratadas por licitação indicaram dificuldades para a entrega dos medicamentos no estado, algumas delas desde 2013. Ele não informou nomes. O secretário disse que débitos existentes com todas as empresas foram sanados, e a administração estadual aguarda posicionamento por parte dos fornecedores.

"Não se pode precisar a quantidade de medicamentos e correlatos que deixaram de ser entregues nas datas. O problema é que essas empresas apresentaram dificuldades quanto ao valor do frete para mandar os itens, mas em nenhum momento elas comunicaram se vão mandar ou se pretendem abrir mão da licitação. Com isso, a população nos hospitais fica prejudicada", reforçou Magalhães.

Sobre os valores de frete, o secretário disse que o processo licitatório foi aberto para empresas do Brasil inteiro, e que o custo do serviço de transporte não estava incluído no valor da concorrência. "O fornecedor, quando participou do certame, sabia que as entregas seriam para o Amapá, então isso não pode ser usado como desculpa. Por isso a Justiça vai entrar no caso e intimá-los", reafirmou.

A falta de remédios, segundo a Sesa, atinge hospitais da capital e do interior do estado em diversas complexidades, como antibióticos, anti-inflamatórios e medicamentos para tratamento de câncer, além de correlatos, como soro fisiológico e álcool para desinfecção. "Os nomes das empresas já foram encaminhados para a Justiça, que realizará a intimação, tudo com a intenção de se dar andamento ao processo licitatório", completou o secretário adjunto.

John PachecoDo G1 AP