Garota morre de câncer após médicos recusarem exame
A britânica Sophie Jones, de 19 anos, morreu no sábado de câncer de colo de útero. Especialistas disseram que exame de prevenção era desnecessário, pois ela era nova demais para ter a doença
O sonho da jovem Sophie Jones de se tornar modelo foi interrompido por um câncer de colo de útero. Diagnosticada em novembro do ano passado, a jovem de 19 anos morreu no último sábado (15) em Wirral, no Reino Unido. Segundo a família da menina, os médicos haviam se negado a realizar testes para detectar a doença, por considerarem, a garota "jovem demais" para ter aquele tipo de câncer.
Desde fevereiro de 2013, a garota reclamava de fortes dores no estômago. Os médicos atribuíam essas dores à doença de Chron. Os pais de Sophie chegaram a sugerir a realização do exame de colo de útero. "Sabíamos que havia algo errado, que não era só aquilo", disse Steph, irmã de Sophie, ao jornal britânico The Telegraph. Os médicos disseram que, diante da raridade de casos de câncer de colo de útero em mulheres abaixo dos 25 anos, não era necessário realizar o exame.
O estado de saúde da jovem piorou, e quase dez meses depois ela foi internada. Quando os médicos foram examiná-la, o câncer agressivo já havia se espalhado pelo corpo. Para os pais de Sophie, se o exame tivesse sido feito antes, a doença poderia ter sido detectada a tempo e, quem sabe, a menina poderia estar viva.
No Reino Unido, a idade mínima recomendada para realizar o exames de rotina para detecção de câncer de colo de útero é de 25 anos. Para evitar que outras garotas tenham o mesmo destino de Sophie, seus pais estão promovendo uma petição para que o Parlamento reduza a idade mínima para se realizar o testes de prevenção para os 16 anos. Desde sábado, o abaixo-assinado já tem mais de 50 mil assinaturas. Pela legislação britânica, se a petição reunir 100 mil adesões, a proposta será discutida pelo Parlamento.
No Brasil, o câncer de colo de útero é detectado pelo exame citopatológico, conhecido como Papanicolaou. Assim como no Reino Unido, é recomendado que seja feito em mulheres entre 25 e 64 anos. No Brasil, os ginecologistas recomendam que mulheres que já tiveram relação sexual antes dos 25 também se submetam ao exame periodicamente. De acordo com as normativas do Instituto Nacional do Câncer, o papanicolau deve ser feito anualmente e, após dois exames negativos, a cada três anos.
REDAÇÃO ÉPOCA
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