Em evento do PPS, Aécio confirma que disputará presidência do PSDB
Possível candidato do PSDB ao Planalto, Aécio criticou aumento da inflação.
Fabiano Costa e Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
Cotado para disputar a Presidência da República pelo PSDB em 2014, o senador Aécio Neves (MG) confirmou nesta quinta-feira (11), em evento organizado pelo PPS em Brasília, que irá disputar o comando nacional do PSDB. A eleição do novo presidente tucano será realizada em 19 de maio.
Se eleito, o parlamentar mineiro irá substituir o deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE).
Incumbido de fazer a abertura da conferência nacional do PPS, Aécio discursou por cerca de 30 minutos a parlamentares da oposição e da base governista. Ao final da sua manifestação, na qual fez duras críticas ao governo federal, o senador de Minas Gerais fez uma homenagem à gestão de Sérgio Guerra e anunciou oficialmente que se candidatará à presidência do partido.
“Eu devo, de público, dar uma palavra de agradecimento ao companheiro Sérgio Guerra pela sua dedicação, seu compromisso com o debate e a democracia interna. [...] Meu nome será colocado no próximo dia 19 de maio como candidato à presidência do PSDB. Não apenas para ocupar o cargo, mas para fortalecer nosso diálogo com as forças oposicionistas”, comunicou Aécio.
Aécio afirmou que, como presidente da legenda, irá “acumular e aprofundar a relação com os partidos de oposição.” Ele afirmou “respeitar” a possível candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) para a Presidência, mas ressaltou acreditar que o PSB acabará apoiando o PSDB na eleição presidencial.
“Hoje eu respeito e acho importante a candidatura de Eduardo Campos, se ela se viabilizar. Mas lá na frente vamos convergir com muita naturalidade, porque pensamos de forma muito próxima”, disse. Aécio afirmou também que o DEM estará ao lado do PSDB na disputa eleitoral.
“Tenho muita convicção de que o DEM estará junto. Agora que estamos estruturando um projeto alternativo com reais condições de vencer, estaremos juntos mais que nunca.” O senador disse que fará "oposição clara" ao PT, para interromper o "ciclo de governo" do partido.
“Hoje nós, PSDB, PPS e obviamente outras legendas, temos a responsabilidade de falar diretamente e cada vez mais com a sociedade brasileira, mostrando e construindo alternativas. Faremos uma campanha permanente de oposição clara ao governo do PT. Para o Brasil, esse ciclo de governo do PT precisa e deve ser interrompido.”
Inflação
Aécio Neves fez críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff e afirmou que os patamares atuais de inflação ameaçam o Plano Real.
“Foi o Plano Real o maior instrumento de distribuição de renda, e é exatamente o Plano Real que está em risco. Há leniência do governo federal no controle inflacionário. Para a população que recebe até 2,5 vezes o salário mínimo, a inflação já ultrapassou 14%.”
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, usada como base para as metas do governo, acumula alta de 6,59% em 12 meses e de 1,94% de janeiro a março, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (10).
O IPCA em 12 meses ficou acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, que é de 6,5%. A última vez em que o índice superou a meta foi em dezembro de 2011, quando atingiu 6,64%.
PSB
Um dos poucos integrantes da base aliada a prestigiar o evento do PPS, o vice-presidente nacional do PSB e líder da legenda na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), fez críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff durante o evento partidário.
Em discurso que durou 10 minutos, Beto ressaltou que o PSB não é um partido candidato à “sublegenda” e “tampouco” está submetido “à escravidão dos governos”. O PSB atualmente ocupa o Ministério da Integração Nacional e a Secretaria Especial dos Portos e, apesar de fazer parte da base aliada do governo Dilma, pode disputar a eleição contra a presidente em 2014,caso Eduardo Campos seja mesmo candidato.
“Não será com inflação alta, baixo crescimento e baixo investimento que nós vamos dar sustentabilidade às conquistas sociais que esse país já encaminhou até agora. Sem essa faixa econômica sólida, confiável, podemos colocar em risco, sim, todas as conquistas havidas até agora”, ressaltou o deputado.
Beto Albuquerque também destacou aos participantes do congresso do PPS que, na sua avaliação, a suposta instabilidade da administração federal tem alarmado investidores privados.
“Hoje, o investidor privado está desconfiado, porque ora a moeda é fortalecida, ora ela é enfraquecida. O câmbio ora é flutuante, ora não é. Os contratos nas áreas de petróleo e gás foram mexidos sem que tivesse havido, no nosso juízo, o diálogo fundamental na democracia”, afirmou o parlamentar gaúcho.
De acordo com Beto, Eduardo Campos tinha programado uma passagem pelo evento do PPS, porém, teve de alterar sua agenda por ter sido convocado nesta quarta (10) para assinar um contrato de financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington, nos Estados Unidos.
Comentários