ELEIÇÃO DA CÂMARA - Posição do PR motiva críticas
O vereador Wagner Sousa (PR) disse ao Diário do Nordeste, ontem, na Câmara Municipal, que o seu partido votou favorável à candidatura de Walter Cavalcante (PMDB) à presidência da Casa, pois não queria disputar a Mesa Diretora "apenas para demarcar". Apesar do protesto de alguns legisladores que estranharam a votação da bancada do PR, o novo parlamentar salienta que a sigla será independente e não integrará a base aliada ao prefeito Roberto Cláudio.
O vereador John Monteiro (PTdoB) lamentou a atitude do PR e disse que o vereador Wagner Sousa não deveria ter aceitado a decisão partidária, mantendo uma posição mais oposicionista, visto que foi dessa forma que ele conseguiu o número expressivo de votos. "O Capitão Wagner decepcionou a todos, pois todo mundo foi obrigado a votar em um candidato, e ele vem com uma postura para no final fazer totalmente diferente", criticou.
John Monteiro disse acreditar que PR e PT não farão oposição à administração de Roberto Cláudio, se limitando a críticas pontuais e aprovando todas as propostas do Poder Executivo. John Monteiro ainda fez duras críticas à ex-prefeita Luizianne Lins. Segundo ele, a petista "fez muita besteira" no fim do mandato.
A vereadora Toinha Rocha (PSOL) também achou estranha a atitude do PR, visto que o partido defendeu até o último momento que faria oposição junto com o Partido dos Trabalhadores. Deodato Ramalho (PT), que também foi candidato à presidência da Câmara, foi outro que condenou a atitude do PR, dizendo, inclusive, que a ação causou surpresa a todos os vereadores presentes.
Vendido
O vereador Carlos Mesquita (PMDB) também reclamou da posição do vereador Wagner Sousa e do PR, dizendo ainda que foi parado por um policial militar na rua, que disse que o republicano errou em sua atitude e que teria "se vendido" na primeira oportunidade. Para o peemedebista, uma posição mais oposicionista seria positiva para ele junto à opinião pública.
Carlos Mesquita, durante a eleição da Mesa Diretora, foi outro que causou comentários e estranheza por partes dos presentes na Câmara, na terça-feira, pois se ausentou da votação e não apoiou o seu correligionário, Walter Cavalcante. Segundo ele, Walter não pediu seu voto e teria mandado "um recado" pelo ex-vereador José Carlos, o "Cacá", dizendo que não precisaria do seu apoio para vencer a eleição da última terça-feira. "Minha marca maior é a lealdade, e eu não vi isso, porque ele pediu apoio de todo mundo e não pediu o meu", disse.
Wagner Sousa afirmou que até tentou articular com outros parlamentares a candidatura de seu partido, mas não obteve sucesso. "A gente viu que a nossa candidatura seria apenas para demarcar, e isso nós n ão queríamos. Tentamos articular com outros vereadores, mas não obtivemos sucesso", declarou.
Para Wagner Sousa, apoiar a candidatura do PT à presidência da Câmara, partido ao qual o PR se coligou nas últimas eleições municipais, "também seria só para demarcar".
Segundo ele, nesses últimos dias, as conversas com Walter Cavalcante foram intensificadas, e o peemedebista teria chegado a oferecer ao PR a 2ª vice-presidência da Mesa Diretora. "Nós não quisemos e, como abdicamos desse cargo, vamos tentar presidir a comissão de Segurança Pública", disse Wagner, que será o líder do partido na Câmara. O PR, segundo ele, vai se posicionar de forma independente quanto à gestão do prefeito Roberto Cláudio.
Comentários