Lula define Gleisi Hoffmann como substituta de Padilha na articulação política; posse será dia 10 de março
Lula comentou a escolha de Gleisi para a Secretaria de Relações Institucionais, afirmando que a parlamentar "vem para somar".
Por Guilherme Mazui, Gustavo Garcia, Ana Flávia Castro, g1 — Brasília - 28/02/2025
Gleisi Hoffmann, Lula e Alexandre Padilha no Palácio do Planalto — Foto: Ricardo Stuc-kert/Presidência da República
Presidente do PT vai substituir Alexandre Padilha na Secretaria de Relações Institucionais. Padilha assumirá o Ministério da Saúde no lugar de Nísia, que deixará o governo.
O Palácio do Planalto informou nesta sexta-feira (28) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) para assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, pasta responsável pela articulação política do governo.
Atual presidente do PT, Gleisi vai substituir Alexandre Padilha, que assumirá o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade. A posse de Gleisi está marcada para 10 de março.
Gleisi chegou a ser cotada para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, porém Lula optou por escalar a aliada na Secretaria de Relações Institucionais.
O presidente foi aconselhado por aliados a escolher um nome de partidos do Centrão para fazer a relação com o Congresso, porém não acatou a sugestão e manteve a pasta com o PT.
Em uma rede social, Lula comentou a escolha de Gleisi para a Secretaria de Relações Institucionais, afirmando que a parlamentar "vem para somar".
"A companheira e deputada federal Gleisi Hoffmann vai integrar o governo federal. Vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, na interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados. O Alexandre Padilha assumirá o Ministério da Saúde. Bem-vinda e bom trabalho", declarou o petista.
Também em uma rede social, Gleisi disse que recebe o convite com "imensa responsabilidade" e que seguirá "dialogando" com partidos e lideranças.
"É com este sentido que seguirei dialogando democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas, como fiz nas posições que ocupei no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, na Casa Civil, na Diretoria de Itaipu e, atualmente, na presidência do PT", afirmou.
Alexandre Padilha, que dirigiu a SRI desde o começo do governo, em janeiro de 2023, parabenizou Gleisi em uma rede social disse ter certeza de que ela "terá muito sucesso na articulação política" do governo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que "sempre teve boa relação" com Gleisi. Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, desejou "muito sucesso" à nova ministra da articulação política.
Ambos foram comunicados por Lula da escolha da deputada para a Secretaria de Relações Institucionais.
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Presidente do PT desde 2017, Gleisi Hoffmann dirigiu o partido em um dos momentos mais delicados dos seus 45 anos de história, durante o avanço da Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff, a vitória de Jair Bolsonaro e os 580 dias de prisão de Lula.
Deputada federal pelo Paraná, Gleisi teve papel importante na campanha de 2022, porém o presidente optou por deixá-la no comando do PT. Nos últimos dois anos, a parlamentar foi ouvida com frequência por Lula antes de decisões importantes.
O presidente costurou a nomeação de Gleisi como ministra junto com a sucessão do PT, que neste ano escolhe um novo comando.
Com Gleisi, Lula coloca no governo um nome com posições mais à esquerda e crítico da agenda do mercado financeiro.
O ministro da articulação política, Alexandre Padilha, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann — Foto: Guilherme Mazui/g1 e FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A gestão no PT e a trajetória de Gleisi fazem com que ela seja um dos nomes mais respeitados pelos filiados do partido.
Antes de presidir a legenda, ela foi senadora entre 2011 e 2018. A parlamentar se licenciou do mandato de 2011 a 2014 para exercer o cargo de ministra da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma.
Gleisi iniciou a trajetória política no movimento estudantil no Paraná, formou-se em Direito, atuou como secretária estadual em Mato Grosso do Sul e foi secretária de Gestão Pública em Londrina. Também foi diretora financeira da Itaipu Binacional.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/02/28/lula-convida-gleisi-para-assumir-articulacao-politica.ghtml
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