Posse de Lula vai ter o triplo de delegações estrangeiras da de Bolsonaro

Cálculo inclui chefes de estado, de governo e comitivas lideradas por figuras do primeiro escalão

Por Rafael Moraes Moura — Brasília

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, recebe Lula na Casa Rosada Ricardo Stuckert/Divulgação

A posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai atrair quase o triplo de delegações estrangeiras de alto nível do número verificado na solenidade de Jair Bolsonaro, há quatro anos.

Segundo confirmações já recolhidas pelos organizadores da posse, o petista deve ser prestigiado por pelo menos 53 delegações estrangeiras de “alto nível” no próximo dia 1º – compostas por chefes de estado, chefes de governo e ministros.

Em 2019, a posse de Bolsonaro recebeu 18 delegações de alto nível. Estiveram em Brasília na ocasião líderes de direita como o então primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

O governo dos EUA foi representado pelo então secretário de Estado, Mike Pompeo. Desta vez, a Casa Branca deve enviar uma crítica de Bolsonaro, a secretária do Interior, Deb Haaland.

Integrantes da equipe que prepara a posse de Lula disseram à equipe da coluna que já confirmaram a vinda ao Brasil em janeiro os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, o Rei da Espanha, Filipe VI, além de aliados de esquerda na América do Sul, como os presidentes da Argentina (Alberto Fernández), Colômbia (Gustavo Petro), Chile (Gabriel Boric) e Bolívia (Luis Arce).

Outros países, como China, Cuba, El Salvador e Panamá vão enviar seus vice-presidentes. Considerando todos os níveis, de embaixador até chefes de Estado, cerca de 120 países deverão estar representados na posse de Lula.

A estimativa de público também é consideravelmente maior.

Se Bolsonaro reuniu cerca de 115 mil para a posse no primeiro dia de seu governo, em 2019, os organizadores da posse do petista esperam 300 mil.

Além da cerimônia da posse em si, uma série de shows estão programados para animar o público na Praça dos Três Poderes.

Por conta da maior aglomeração, Lula quer mudar o tradicional trajeto a ser feito com o Rolls Royce presidencial.

Ao invés de sair do Congresso e ir para o Palácio do Planalto, seguindo pela contramão da Esplanada dos Ministérios, o petista avalia contornar a Praça dos Três Poderes. A ideia é passar mais perto do povo e saudar o público presente, o que já preocupa a equipe de segurança.

No Planalto, Lula deve se dirigir ao público no Parlatório e receber a faixa – de quem, não se sabe até agora.

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