Distribuição de verbas do Orçamento Secreto gera conflitos e intrigas no Planalto e no Congresso

Flávia Arruda, ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, é alvo de críticas inclusive de aliados

Patrik Camporez, Bruno Góes e Eduardo Gonçalves

A ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda, é alvo de críticas inclusive de aliados Foto: Marcello Casal Jr / Agência O Globo

Ministros Ciro Nogueira e Flávia Arruda entram em rota de colisão após parlamentares reclamarem que não foram contemplados com orçamento secreto no fim de 2021

BRASÍLIA — A distribuição de recursos da União nos últimos dias de 2021 fomentou um conflito no Congresso e alimentou uma intriga entre os ministros responsáveis pela articulação política do governo de Jair Bolsonaro: Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo). Parte dessa verba, cerca de R$ 5,7 bilhões, foi empenhada na reta final do ano passado e compõe o chamado orçamento secreto, um instrumento pelo qual o governo destina dinheiro por indicação de parlamentares sem que eles sejam identificados publicamente.

O volume reservado para gasto no apagar das luzes de dezembro supera o montante liberado nos oito primeiros meses de 2021 e, em sua maior parte, foi distribuído a prefeituras comandadas por aliados do Centrão e caciques do Congresso. Por meio de um cruzamento feito por especialistas do gabinete do senador Alessandro Vieira (Cidadania-RE) e dos deputados Filipe Rigoni (PSB-ES) e Tabata Amaral (PSB-SP), foi possível verificar como a distribuição do orçamento secreto continua privilegiando aliados do governo — e gerando disputas internas no Palácio do Planalto e no Congresso. 

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