Notícia de delação faz juiz suspender ação

Juiz suspendeu a ação por duas semanas

[caption id="attachment_130042" align="alignleft" width="300"]-01 Notícia de delação faz juiz suspender ação Na decisão, o juiz Sérgio Moro apontou que o processo ficará suspenso e reavaliado em duas semanas[/caption] Sérgio Moro suspendeu ação penal contra executivos após ser noticiado possível negociação de acordo Curitiba/São Paulo. O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processo em primeiro grau da Operação Lava Jato, suspendeu, ontem, por duas semanas a ação penal contra executivos da Odebrecht após "notícia de que acusados" estaria "negociando alguma espécie de acordo de colaboração". O presidente, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos discutem com o Ministério Público Federal uma delação em que vão confessar envolvimento na corrupção descoberta na Petrobras. "Encerrada a instrução, é o caso de designar os interrogatórios dos acusados. Ponderou porém o juiz que há notícia de que alguns acusados, inclusive todos os presos por este processo, estariam negociando alguma espécie de acordo de colaboração, o que pode ser determinante para a posição que adotarão em seus interrogatórios nesta ação penal", registrou Moro. "Nesta condição, com a concordância das defesas, resolvo suspender a Ação Penal por duas semanas". A decisão de Moro foi dada em termo de audiência de três testemunhas da acusação no processo em que Odebrecht e executivos do grupo são réus por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, decorrente da descoberta de um departamento oficial de propinas na empresa. O marqueteiro do PT João Santana também é réu nesse caso. Moro afirma que embora o MPF "tenha se manifestado no sentido de que suspensão não seria necessária", o processo que está em fase final ficará suspenso. "Ao cabo de duas semanas, reavaliarei". Silêncio A ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e um dos filhos do casal, Fábio Luís Lula da Silva, informaram à Polícia Federal que pretendem ficar em silêncio. A PF havia intimado em 4 de agosto Marisa Letícia e Fábio Luis para prestarem "esclarecimentos" sobre a compra e reformas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), investigado pela força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba. Lula é investigado em três inquéritos principais na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba: um sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), sobre compra e reforma do tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá, e sobre recebimentos do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras e Eventos - do ex-presidente. Dois ofícios da defesa de Marisa Letícia e Fábio Luís foram anexados aos autos da Lava Jato. O documento é subscrito pelos advogados Cristiano Zanin Martins, Roberto Teixeira e José Roberto Batochio. A defesa afirma que Marisa Letícia e Fábio Luís "não têm nada a acrescentar" em relação ao já dito por Lula. Os dois ofícios informam à PF que a mulher e o filho de Lula pretendem "se valer do direito constitucional de permanecer em silêncio (CF/88, art. 5o, inciso LXIII), razão pela qual se mostra inútil seu deslocamento a Curitiba ou outro local, com dispêndio de recursos e desperdício do já exíguo tempo das autoridades policiais". A defesa afirma ainda que Marisa Letícia e Fábio Luís não são proprietários "de fato ou de direito do imóvel objeto da investigação". Prisão domiciliar O empresário Zwi Skornicki, réu na Operação Lava Jato, deixou a prisão em Curitiba após ter assinado acordo de delação premiada. A partir de agora, ele cumpre prisão domiciliar e será monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.