Cunha renuncia à presidência da Câmara
TSF afastou Cunha do cargo em 5 de maio
[caption id="attachment_129214" align="alignleft" width="300"] Com a renúncia à Presidência da Câmara, Cunha acredita que pode tentar reverter votos na CCJ para fazer o caso voltar ao Conselho de Ética e até salvar seu mandato ( Reprodução/TV )[/caption] Abrindo mão do cargo, o deputado acredita que poderá salvar mandato e reverter votos na CCJ para fazer o caso voltar ao Conselho de Ética Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou, no início da tarde desta quinta (7), à presidência da Câmara dos Deputados. Ele estava afastado do cargo desde 5 de maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que também suspendeu o seu mandato parlamentar por tempo indeterminado. Agora, a Casa tem cinco sessões para realizar novas eleições para o cargo. Durante a leitura da carta em coletiva à imprensa, Cunha se emocionou ao mencionar a família, ficando com voz embargada e olhos marejados. Segundo o deputado, seus inimigos atacaram a mulher Cláudia Cruz e a filha para tentar-atingi-lo. "Quero agradecer especialmente a minha família, de quem meus algozes não tiveram o mínimo respeito, atacando de forma covarde, especialmente a minha mulher e a minha filha mais velha. Usam a minha família de forma cruel e desumana visando me atingir", disse. O deputado fez o anúncio oficial de sua saída em um pronunciamento no Salão Verde da Câmara. Visivelmente emocionado, o político disse ser alvo de perseguição. Antes do discurso, Cunha foi à Secretaria Geral da Mesa para entregar a carta de renúncia e fez ainda comunicação prévia ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Estou pagando um alto preço por ter dado início ao impeachment", declarou, em referência ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, que se iniciou na Câmara sob a gestão dele. Réu Investigado na Operação Lava Jato, Eduardo Cunha é réu em duas ações no STF e alvo de uma terceira denúncia ainda a ser analisada. O deputado também responde a um processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara, que aprovou um parecer pela cassação do mandato. Razões Um dos motivos que teria levado à decisão do parlamentar de abrir mão do cargo, segundo aliados, seria mais uma manobra para reverter votos na CCJ para fazer o caso voltar ao Conselho de Ética e salvar seu mandato. Outra razão para Cunha oficializar sua saída da Presidência da Câmara seria uma tentativa de acordo com os líderes para antecipar eleição para o início da próxima semana e sugerir nome pelo qual tem preferência para chefiar a Casa nos próximos meses. O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) seria o seu "candidato" em meio a cerca de 12 candidatos informais pleiteando o cargo. Especulações Os boatos de que Cunha renunciaria ainda hoje já fizeram com que deputados da Casa começassem a se movimentar. No PRB, por volta de 12h já ocorria uma reunião para articular um candidato à eleição do mandato tampão. A decisão de enfim deixar o cargo em definitivo ocorreu em reunião na noite de quarta (6), após a divulgação do voto de Ronaldo Fonseca (Pros-DF) na Comissão de Constituição e Justiça, que acatou apenas um dos 16 questionamentos de Cunha à tramitação de seu processo no Conselho de Ética, que recomendou a cassação de seu mandato.
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