Deputado que teve prisão determinada pelo STF diz que não irá renunciar

O deputado federal Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), que teve a prisão no regime aberto determinada nesta quinta-feira (20) pelo STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que não pretende renunciar ao mandato parlamentar.

Condenado a três anos e um mês por oferecer laqueadura em troca de votos, ele disse estar com a "consciência tranquila" e não vê incompatibilidade em continuar exercendo o cargo de deputado.

"Não vou renunciar, porque estou com a consciência tranquila, porque não cometi nenhum crime e o povo do meu Estado sabe disso", afirmou.

Pelo regime aberto, o preso deve passar apenas a noite em um local chamado casa do albergado. Caso o Estado não disponha desse lugar, o condenado é autorizado a cumprir em regime domiciliar. No entanto, embora possa circular durante o dia, ele tem horário para se recolher. Para Bentes, isso não seria um impedimento. "No dia que tiver votação na Câmara, eu saiu para cumprir o horário."

O STF também decidiu informar a Câmara dos Deputados sobre a condenação para que a Casa abra processo de cassação do parlamentar.
Indagado se receava perder seus direitos políticos, Bentes respondeu apenas: "Se eu for cassado, paciência".

Segundo o Ministério Público, o deputado usou a Fundação PMDB Mulher para recrutar eleitoras em troca de cirurgias de laqueadura tubária. Os fatos correram em 2004, quando o parlamentar era candidato a prefeito de Marabá.

De acordo com a denúncia, as mulheres eram encaminhadas a um hospital, onde eram submetidas a cirurgias, justificadas com documentos falsos.

O deputado foi condenado por ter corrompido 13 eleitoras oferecendo laqueaduras para que elas vendessem seus votos quando era pré-candidato a prefeito de Marabá, no Pará. O caso ocorreu entre janeiro e março de 2004. Ele recebeu pena de 3 anos, um mês e 10 dias de prisão em regime aberto, além de uma multa de R$ 7,6 mil.

Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília