Unidades de saúde estão abandonadas em Divinópolis
A Prefeitura informou que aguarda mais recursos do governo do estado.
Os moradores dos Bairros Sagrada Família, Ponte Funda, Tietê e Belvedere em Divinópolis, reclamam da situação em que se encontram os locais que deveriam estar funcionando com atendimento médico. As unidades de saúde até estão prontas, mas de portas fechadas e construções estão abandonadas e cheias de mato. Alguns locais são usados também para uso de drogas e prostituição. Obras que tiveram investimento público, mas não trouxe resultados para a comunidade. A Prefeitura informou que as contruções foram paradas por falta de recurso.
No Bairro Ponte Funda uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi inaugurada em junho de 2012, mas até hoje não está funcionando. A cuidadora de idosos, Kênia Faria Alves, mora perto do local, mas tem que levar o bebê no posto de um outro bairro. O sonho dela e de outros moradores é ver o local em pleno funcionamento. “Eu nem sonhava em ter meu filho e a UPA já estava aqui. Até sonhei em prestar concurso para trabalhar perto da minha casa, mas não temos nem atendimento”, comentou.
Um sonho parecido com o da operadora de caixa Juliana Mendonça, que está grávida de sete meses. Em frente à casa dela tem uma unidade de saúde que não funciona. “Eu tenho muita esperança que quando eu precisar vou levar meu bebê na UPA, porque é só atravessar a rua. Essa praticidade seria muito bom”, contou.
No Bairro Sagrada Família, a construção de um posto que funcionaria 24 horas começou em 2012 e até agora não foi concluída. No local, em vez de pacientes circulando há sinais de abandono. O mato toma conta do local e as paredes foram quebradas por vândalos.
“Tem dia que tem 15 pessoas aqui. São homens, meninos, rapazes. Está uma pouca vergonha. Tinha que pelo menos cercar e capinar”, relatou o aposentado Adelino José dos Santos.
Segundo a moradora Ivone Almerinda Simão, a população quer uma providência imediata. “Estamos indignados com a situação dos vândalos e outras piores nesse lugar. Tem que terminar a construção ou derrubar, do jeito que está não tem condições”, afirmou.
No Bairro Tietê uma construção abandonada era para ser o posto de saúde. A obra foi tomada pelo mato. Segundo os moradores, eles esperam o funcionamento do local por muitos anos. “Tem uns três anos que vivemos com essa situação de abandono com a saúde”, contou a empregada doméstica Jaqueline Oliveira.
Já as obras da Unidade Básica de Saúde do Bairro Belvedere começou no primeiro mandato de 2009/2012 do atual prefeito Vladimir Azevedo e iria ser concluída em 12 meses. O espaço era previsto para atender quase 10 mil pessoas. A obra fica aberta e têm pessoas que usam o espaço para dormir. O que já foi feito está estragando, as janelas estão quebradas, tem pichação e há também paredes que tiveram que ser quebradas. Segundo o presidente do bairro, Vanderli Eustáquio, a situação é de dinheiro esperdiçado.
“O rodapé tinha que ter sido colocado primeiro para depois dar acabamento rebocando, eles não fizeram. Depois de rebocar a parede colocaram o rodapé. É muito dinheiro jogado fora”, relatou.
O posto de saúde, que atende cerca de quatro bairros da região tem dois consultórios e uma sala de vacinas, para atender 50 pessoas agendadas. De acordo com os pacientes a estrutura não atende a demanda. A dona de casa, Maria de Fátima Martins, já passou até por constrangimento. “O espaço é pequeno, quando tem exame ginecológico tem que fazer troca de roupa perto dos médicos, só tem um banheiro para pacientes e funcionários", contou.
Resposta
Segundo o vereador e membro da comissão de saúde, Delano Santiago, este grande problema na saúde da cidade foi causado porque o município começou cinco grandes obras sem orçamento e previsão de término.
“A Câmara tem acompanhado essa situação e percebemos que a Prefeitura não fez cálculo de gastos e deixou a população só na expectativa. Também aconteceu de os recursos dessas obras serem usados em leitos do Hospital São João de Deus. Mas o certo é que é inaceitável que tantas obras tenham começado ao mesmo tempo”, afirmou.
O secretário de Saúde de Divinópolis, David Maia, informou que as obras foram paradas por falta de recurso, porque com a diminuição do crescimento do país ocorreu a redução de investimentos. Sobre a falta de médicos, ele disse que é um problema nacional e que há médicos atendendo na cidade e que no próximo trimestre a cidade deverá receber mais 15 profissionais. O secretário informou ainda que, enquanto não forem repassados mais recursos pelo Governo do Estado para o término das obras, de imediato será colocado vigias nas construções destinadas a saúde, para evitar os transtornos como ponto de drogas e prostituição.
Do G1 Centro-Oeste de Minas
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