Preso por jogar artefato com fezes em comício de Lula usou adesivos do PT para se infiltrar
Recipiente com urina e explosivos explodiu próximo ao público que acompanhava o ato na Cinelândia, no Centro do Rio
Por Paolla Serra — Rio de Janeiro
André Stefano Dimitriu Alves de Brito, de 55 anos, que foi preso em flagrante por explosão na Cinelândia, no Centro do Rio Reprodução
André Stefano Dimitriu Alves de Brito, de 55 anos, confessou o crime e foi autuado em flagrante por explosão na Cinelândia, no Centro do Rio
Preso em flagrante por arremessar uma garrafa com artefato explosivo e fezes durante o comício do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cinelândia, no Centro do Rio, na noite desta quinta-feira, André Stefano Dimitriu Alves de Brito, de 55 anos, utilizou adesivos do PT para se infiltrar na multidão. Levado para a 5ª DP (Mem de Sá) por policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia), o homem vestia uma camisa preta de mangas compridas, onde estavam colados os decalques de campanha com as inscrições: “Lula, Freixo, André & Eu”.
De acordo com o registro de ocorrência, André foi identificado após acionar os PMs, que estavam na esquina da Rua Araújo Porto Alegre com a Avenida Rio Branco, por volta das 19h, dizendo ser perseguido por populares. Um dos cabos então perguntou sobre seus documentos e o homem disse não possuir pois teria perdido durante o ato político.
Quando André havida sido colocado dentro da viatura, sendo conduzido à delegacia, pessoas cercaram o carro afirmando que ele havia jogado uma garrafa que explodiu e querendo linchá-lo. Ao delegado Gustavo de Castro, titular da 5ª DP, os militares disseram que chegaram a temer pela “saúde física” dele.
Na delegacia, André confessou o crime, mas não quis prestar depoimento. Informalmente, ele disse não ter “inclinação política ou ideológica” e que teria realizado o ato como uma forma de protesto a uma alegada polarização que prejudicaria o futuro do Brasil.
Testemunha do caso, a advogada Janira da Rocha Silva Alves de Lima Inácio relatou estar na Cinelândia quando presenciou André com uma garrafa com um líquido e um pavio. Ela disse que ele acendeu o pavio e jogou o objeto no meio do ato do partido do PT, mas negou ter visto onde a bomba explodiu, apenas ouvido o barulho.
A advogada disse que o local onde o explosivo caiu estaca com uma divisória metálica e informou não saber se alguém se feriu. Amigo de Janira, o assistente administrativo Alex dos Santos Bernardo afirmou, em depoimento, ter ouvido ela gritar: “Olha ali”, quando teve sua atenção voltada para André. Alex contou que o homem conseguiu correr, sendo amparado pelos policiais militares para não ser linchado por populares.
Também na delegacia, a bombeira civil Mariana da Silva Salvian, que trabalhava no ato para uma empresa, relatou estar em cima do palco quando escutou um barulho de explosão muito forte. A profissional diz ter ido verificar se havia alguém ferido e protegeu o local. Ela encontrou uma garrafa pet estourada, com um líquido não identificado e um odor bastante forte. O material foi enviado ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que também realizou uma perícia na Cinelândia.
https://oglobo.globo.com/politica/eleicoes-2022/noticia/2022/07/preso-por-jogar-artefato-com-fezes-em-comicio-de-lula-usou-adesivos-do-pt-para-se-infiltrar.ghtml?utm_source=globo.com&utm_medium=oglobo
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