Dentista conta à polícia como matou namorado em SC: 'Eu estava apavorada'

Dentista, diz que matou o namorado para se defender

[caption id="attachment_135980" align="alignleft" width="300"]-11.1 Dentista conta à polícia como matou namorado em SC Familiares de Valcionir fizeram protesto em Forquilhinha (Foto: Janine Limas/RBS TV)[/caption]

Ela foi denunciada por homicídio qualificado. Mulher diz que não planejou morte e que golpeou o namorado por legítima defesa.
Por RBS TV Dentista suspeita de matar e esconder corpo de companheiro no Sul de SC fala sobre o crime Em vídeo de depoimento à polícia, a dentista Jaqueline Amboni, de 33 anos, conta como matou o namorado, Valcionir da Rosa, de 26, em Forquilhinha, no Sul do estado. Ela afirma que tentava se defender dele, mas a polícia acredita que ela tenha planejado o homicídio por medo das ameaças que sofria dele. A RBS TV informou nesta segunda-feira (8) que o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou a mulher por homicídio qualificado por motivo fútil. Depoimento O homicídio foi na noite de 7 de dezembro de 2015. "Ele me bateu e pegou nos óculos, e aí machucou a mão dele. No que ele foi olhar a mão, eu dei um chute no meio da perna dele, saí correndo, fui na cozinha pegar uma faca e fui me trancar para dentro do quarto. Só que é tudo muito perto, não deu tempo de chegar no quarto, ele já estava atrás de mim", relatou em depoimento à polícia. "Ele ligou a televisão e colocou num canal pornográfico. E ali eu fiquei num canto, encolhida. Daí ele assim: 'agora é a nossa vez!', e pegou e veio pra cima de mim", continuou. A dentista disse que Valcionir batia nela com frequência. Jaqueline já tinha prestado queixa à polícia e, naquela noite, resolveu se defender. "Aí ele veio, daí eu dei umas facadas nele. Ele, mesmo esfaqueado, veio para cima de mim. E aí eu dei mais algumas, não sei quantas, e aí ele ficou caído ali entre a porta do banheiro e o meu quarto". A polícia trabalha com outra hipótese, de que ela drogou o namorado e só então cometeu o homicídio. "A motivação dela foi o medo, as ameaças que ela sofria do Valcionir. Ela acabou se envolvendo numa situação que ela não conseguia sair mais, ela achou uma forma, que na mentalidade dela era mais fácil: 'vou matar ele'. Ela já vinha premeditando o crime desde o meio-dia. Ela já estava mandando mensagem dizendo que ia embora para o Rio Grande do Sul e que não era para procurá-lo", disse o delegado Eduardo de Mendonça. Em entrevista à RBS TV, Jaqueline afirmou que não premeditou o homicídio. "Foi na hora, para me defender". Ocultação de cadáver Depois de matar o namorado, a dentista pegou o carro e foi até a casa de praia dos pais, em Balneário Arroio do Silva, também Sul do estado. Ademir Amboni, o pai de Jaqueline, afirmou em depoimento à polícia que a ajudou com o corpo: "'O que é que tu queres fazer, minha filha?' Diz ela assim: 'ah, pai, eu queria tirar o corpo de lá, queria dar um sumiço'. Pegamos as cobertas, enrolamos ele para cima das cobertas e puxamos. E aí conseguimos colocar ele no carro". Pai e filha seguiram até uma estrada deserta, fizeram uma cova e enterraram o corpo. Para não despertar suspeitas, Jaqueline disse que passou a enviar mensagens de texto para a família do namorado como se fosse ele. "Eu estava apavorada, tinha medo que descobrissem", disse à RBS TV. A polícia, que estava monitorando o celular, começou a desvendar o caso. "Interceptamos o Imei do aparelho", disse o delegado. O Imei é um número único de identificação do equipamento. "No dia 17 de janeiro, o Imei apitou, alguém tinha colocado um chip no aparelho. Fomos descobrir, era o irmão da Jaqueline", continuou o delegado. Em depoimento, a dentista disse que, depois das mensagens para a família de Valcionir, abandonou o telefone na casa dos pais. O irmão, sem saber de nada, achou e passou a usá-lo. Confissão Em outubro do ano passado, um crânio apareceu na estrada de Araranguá, também Sul de Santa Catarina. O local era perto de onde o corpo foi enterrado. O agente de polícia Gabriel Barcelos afirmou que o esqueleto completo não estava na cova. "Faltava a parte do crânio, que foi encontrada antes mesmo do fato [da cova], só que não tinha sido linkado ao resto do corpo. Provavelmente algum bicho tinha pegado, como a cova é rasa". A polícia ainda não tinha ligado o achado ao sumiço de Valcionir. Até que, vendo que não tinha mais como esconder as evidências e um ano e quatro meses depois, Jaqueline confessou o crime. "Até para eu sair dessa angústia, para eu voltar a viver. Porque já desde então, desde antes eu já não tenho mais vida. É remédio para dormir, é remédio para acordar, é remédio para comer", contou a dentista. A mãe de Valcionir, Rosa Beretta, mostrou indignação. "Depois de um ano e quatro meses ela ir confessar que foi ela? A minha revolta contra ela é muito grande, eu quero justiça, eu quero ver essa mulher atrás das grades, gente! Porque o meu filho eu não vou ver mais. Não precisava ela ter feito o que ela fez". A polícia indiciou Jaqueline por homicídio e ocultação de cadáver. O pai dela vai responder por ocultação de cadáver. Os dois estão soltos. A investigação continua. "Ela cometeu o crime com a ajuda de outra pessoa que não o pai dela no momento aqui na cidade. Era uma pessoa grande o Valcionir. Ela sozinha não daria conta. Isso somente a Jaqueline vai poder dizer, infelizmente", disse o delegado. À RBS TV, ela negou que outras pessoas estivessem com ela na hora do homicídio. fonte: g1.globo.com/sc

destaque6