Moraes quer Pacheco e Lira na apuração do TSE para ratificar resultado das eleições

Pelo plano de Moraes, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL) fariam declaração conjunta atestando a lisura do processo e corroborando o resultado.

Por Malu Gaspar e Rafael Moraes Moura — Rio e Brasília

Alexandre de Moraes e Rodrigo Pacheco Antônio Augusto Secom TSE

Ministro convidou presidentes da Câmara e do Senado para acompanhar a apuração e fazer uma declaração pública logo depois

O temor reinante em Brasília com a reação que Jair Bolsonaro terá caso Lula ganhe a eleição fez o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, convidar o presidente do Senado e o presidente da Câmara dos Deputados para acompanhar o andamento da apuração junto com ele, na sede da Corte.

Pelo plano de Moraes, logo após o final da contagem dos votos, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL) fariam em seguida uma declaração conjunta atestando a lisura do processo e corroborando o resultado.

No primeiro turno, Pacheco já acompanhou a apuração no gabinete de Moraes, acompanhou a coletiva de imprensa, mas não deu nenhuma declaração.

Além do presidente do Senado, estiveram na sede do TSE no primeiro turno a maioria dos ministros do Supremo, o presidente interino do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e dezenas de representantes de embaixadas. Todos esses estarão lá novamente no domingo.

A dúvida é sobre a presença de Lira, que não foi ao TSE no primeiro turno e até agora ainda não respondeu se estará no segundo.

O presidente da Câmara já vinha cogitando, durante a semana, promover uma reunião de líderes partidários na residência oficial da presidência da Casa para acompanhar o andamento da apuração e depois fazer uma declaração também defendendo o respeito ao resultado das urnas.

Aliados de Lira, porém, consideram que pode não ser prudente, politicamente, ele aparecer junto com Moraes quando o resultado for anunciado, ainda mais se Lula ganhar.

Defendem que Lira preserve o cacife com Jair Bolsonaro em ambos os cenários, vitória ou derrota do presidente da República, até para poder atuar como fiador da estabilidade democrática caso haja alguma ameaça de golpe.

Conforme informou a coluna, a possibilidade de a disputa pelo Palácio do Planalto terminar com uma margem apertada de votos, de menos de 4 milhões de votos ou até menos, é considerada altamente provável, seja quem for o vencedor.

Por isso, preocupa generais e ministros do Supremo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Tribunal de Contas da União (TCU) ouvidos reservadamente pela equipe da coluna.

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Um dos temores é o de que um placar apertado dê munição para o presidente Jair Bolsonaro reforçar a artilharia contra as urnas eletrônicas e o processo eleitoral - ou mesmo contra novos alvos, como emissoras de rádio do Nordeste - se recusando a reconhecer uma eventual derrota no voto popular.

No primeiro turno, Lira ficou em Alagoas.

Segundo a equipe da coluna apurou, Lira está preocupado com a possibilidade de um resultado apertado – e de uma eventual contestação da apuração por parte do presidente Jair Bolsonaro, conforme indicam pesquisas mais recentes dos principais institutos do país.

A ideia é que a Câmara se manifeste rapidamente endossando o resultado das urnas, seja ele qual for.

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Pela manhã, Lira vai votar em Pilar, no interior de Alagoas, onde pretende garantir a vitória do senador Rodrigo Cunha (União) ao posto de governador em uma das disputas mais acirradas do país.

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