'Teremos eleições seguras', afirma o ministro da Justiça: 'Não estamos indo para uma guerra'
O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai coordenar por meio da Secretaria de Operações Integradas essa operação — disse Anderson Torres.
Por Bruno Góes — Brasília
Ministro da Justiça, Anderson Torres, dá entrevista à imprensa sobre segurança das eleições Cristiano Mariz/Agência O Globo
Anderson Torres afirma que a pasta contabilizou 34 prisões no país relacionadas a crimes eleitorais e que foram apreendidos R$ 3 milhões desde segunda-feira
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse neste sábado que as eleições deste domingo serão “seguras”. Em entrevista coletiva, o ministro de Jair Bolsonaro informou que 500 mil agentes de segurança, entre policiais civis, militares e federais estarão prontos para garantir a tranquilidade do pleito.
— No domingo, nós vamos ter eleições seguras. A segurança nós vamos dar à população brasileira, para que o povo possa exercer o seu direito de votar, livre transitar nas ruas do nosso país. O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai coordenar por meio da Secretaria de Operações Integradas essa operação — disse Anderson Torres.
Questionado sobre a regra que impede o porte de arma no dia da eleição, a não ser de agentes trabalhando, Anderson Torres disse que não há problema e que a eleição não é “uma guerra”.
— O planejamento está pronto muito antes dessa proibição. Isso não altera em absolutamente nada o nosso planejamento e o nosso trabalho. Não tenho como fazer previsão de confronto. Na verdade, não estamos indo para uma guerra, estamos indo para eleição — argumentou.
Desde segunda-feira, a pasta contabilizou 34 prisões no país relacionadas a crimes eleitorais. Também foram apreendidos R$ 3 milhões. Durante o dia de domingo, o ministério centralizará as informações sobre detidos por propaganda irregular, boca de urna, compra de votos e outras práticas vedadas pela legislação eleitoral.
Questionado sobre a estratégia para garantir a votação em áreas de milícia e tráfico de drogas, Anderson Torres afirmou que recebeu dos estados um mapeamento de áreas sensíveis. Ele ressaltou, porém, que caberá aos estados garantir a votação em locais dominados por criminosos.
— Nós centralizamos as informações — disse o ministro.
Histórico de ataques
A violência política cresceu no Brasil em 2022, segundo especialistas, e houve registros de mortes provocadas por essas discordâncias eleitorais. Um levantamento do Observatório da Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (OVPE-Unirio) apontou que no primeiro semestre de 2022, a violência política deixou 40 mortos no país.
Foi o caso do assassinato do guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, em Foz do Iguaçu, em julho. Ele celebrava o próprio aniversário em uma festa com tema PT – Arruda era tesoureiro municipal do partido – quando foi morto por José da Rocha Guaranho, policial federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em setembro, uma nova escalada: em dez dias, assassinatos, tiros dentro de igreja e agressões em comício se somam a outros casos violento. Um deles foi registrado em Cascavel, no Ceará, Edmilson Freire da Silva, de 59 anos, teria entrado em um bar e questionado quem era eleitor de Lula. O caseiro Antônio Carlos Silva de Lima, de 39 anos, disse que votaria no petista e foi morto a facadas.
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