TSE investiga Bolsonaro por ataques às urnas em reunião com diplomatas; redes terão que apagar vídeos
A campanha bolsonarista terá cinco dias para se defender no TSE.
Por João Paulo Saconi
Jair Bolsonaro em reunião com embaixadores Reprodução
O ministro Mauro Campbell Marques, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, iniciou na terça-feira uma investigação eleitoral sobre a reunião em que Jair Bolsonaro atacou, em julho, as urnas eletrônicas brasileiras diante de diplomatas de 72 países, em julho. Ele também determinou que vídeos da ocasião sejam removidos da internet, em 24 horas, por Facebook, Instagram, Youtube e EBC.
A decisão atende a um pedido do PDT, de Ciro Gomes, no processo em que a sigla requer a apuração do episódio e a posterior impugnação da chapa de Bolsonaro e de seu vice, Braga Netto. As empresas estão sujeitas a multas de R$ 10 mil caso não façam a remoção no prazo adequado. A campanha bolsonarista terá cinco dias para se defender no TSE.
Na ocasião em questão, Bolsonaro questionou a lisura das urnas eletrônicas e atribuiu às Forças Armadas um errôneo papel de avaliação e fiscalização das práticas eleitorais. Agora, ele e Braga Netto são tratados como investigados pelas falas no procedimento conduzido por Campbell Marques. O ministro, aliás, foi o autor de um eloquente e aplaudido discurso em defesa do TSE e das urnas na posse de Alexandre de Moraes como mandatário da Corte, na semana passada.
Para Campbell Marques, as transmissões ao vivo da fala de Bolsonaro a embaixadores em Brasília "parece configurar abuso no exercício da liberdade de expressão" e cria um "risco evidente de irreversibilidade do dano causado ao representante e à própria Justiça Eleitoral". O prejuízo às eleições de outubro pode acontecer, ainda segundo o magistrado, "em razão da disseminação de informações falsas, relativamente ao sistema de votação e totalização de votos".
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