Moraes diz que partidos com candidatas laranjas terão 'prejuízo grande'

Moraes deu a declaração durante a sessão desta manhã no tribunal, a primeira dele na presidência do TSE.

Em 1ª sessão na presidência do TSE, Moraes diz que partidos que usarem candidatas laranjas terão 'prejuízo muito grande'

Presidente do tribunal afirmou que a Corte não vai permitir candidaturas que tenham como objetivo apenas 'fingir' que as mulheres são candidatas.

Por Rosanne D'Agostino, g1 — Brasília

O ministro Alexandre de Moraes presidiu nesta quinta-feira (18) sua primeira sessão na presidência do TSE — Foto: Reprodução/YouTube

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira (18) que a Justiça Eleitoral não vai permitir candidaturas laranjas de mulheres para driblar a cota mínima de gênero nas eleições deste ano.

Moraes deu a declaração durante a sessão desta manhã no tribunal, a primeira dele na presidência do TSE.

“É importante demonstrar que a Justiça Eleitoral não irá permitir candidaturas laranjas simplesmente para fingir que as mulheres estão sendo candidatas”, afirmou o ministro.

“Candidaturas laranjas serão declaradas irregulares, nulas, com a nulidade da chapa inteira”, alertou. “Ou seja, o prejuízo para o partido que incentivar candidaturas laranjas será muito grande”, completou Moraes.

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Segundo o ministro, é “importante que os partidos deem todo o apoio necessário e legal às candidaturas das mulheres para que possamos ter um equilíbrio maior da participação de gênero em todos os segmentos da política nacional”.

Em 2019, o TSE decidiu pela primeira vez que candidaturas de laranjas, feitas para fraudar a cota mínima de mulheres, devem levar à cassação de toda a coligação.

A decisão foi tomada no julgamento de um caso do interior do Piauí, em que seis vereadores perderam o mandato acusados de usar essa tática.

O TSE julgou nesta quinta recurso de vereadores da cidade de Porto Real do Colégio (AL) que foram acusados de fraude à cota de gênero ao utilizarem de suposta candidatura feminina fictícia.

O ministro Carlos Horbach, relator do caso, disse que nenhum ato de campanha pelas candidatas foi comprovado, apenas santinhos e votou por anular todos os votos recebidos pelo partido, cassar o diploma dos candidatos, com o recálculo imediato dos quocientes eleitoral e partidário. O voto foi seguido por unanimidade.

“Caracterizado o ato ilícito, as consequências implicam a cassação do mandato dos eleitos e dos diplomas dos suplentes e não eleitos e declaração de inelegibilidade dos envolvidos na fraude”, afirmou o relator.

https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/noticia/2022/08/18/em-1a-sessao-na-presidencia-do-tse-moraes-diz-que-partidos-que-usarem-candidatas-laranjas-terao-prejuizo-muito-grande.ghtml