Justiça determina despejo de quase 30 famílias de Betim, na Grande BH, além da demolição das casas

A decisão atende pedido da prefeitura que alega que há risco de deslizamento de terra no local.

Por Thais Pimentel, g1 Minas — Belo Horizonte

Moradores do Beco do Fagundes, em Betim, estão ameaçados de despejo — Foto: Redes sociais/Reprodução

A decisão atende pedido da prefeitura que alega que há risco de deslizamento de terra no local. Já os moradores contestam a afirmação.

Nesta quarta-feira (5), 27 famílias do bairro Jardim Teresópolis, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, serão despejadas. Todas as casas serão demolidas, de acordo com a Justiça. A decisão foi baseada em laudos da Defesa Civil que classificou o local como sendo de alto risco de deslizamentos de terra.

Porém, os moradores alegam que as casas estão seguras. Elas ficam em uma parte plana do bairro, distantes cerca de 200 a 300 metros do barranco onde aconteceu o deslizamento que matou duas pessoas em janeiro de 2020. Muitas das famílias que vivem no Beco do Fagundes, onde as 27 casas estão, moram no local há 40 anos.l

Duas pessoas morreram soterradas no bairro Jardim Teresópolis, em Betim, há quase dois anos — Foto: Danilo Girundi/TV Globo

As famílias ameaçadas de despejo querem que a prefeitura construa um muro de arrimo no local onde houve a tragédia há dois anos. Segundo elas, foi uma promessa do próprio município. O barranco ainda existe e está coberto de lonas.

A Prefeitura de Betim disse que desocupou as principais casas do local, incluiu as famílias no aluguel social e vem oferecendo propostas de moradias. A medida será feita até que uma grande obra seja feita no local. Para isso, o projeto depende da aprovação do governo federal.

Barranco é coberto por lonas em Jardim Teresópolis, em Betim; área desmoronou há quase dois anos — Foto: Redes sociais

Ao todo, são 75 casas que serão demolidas. Destas, 27 seguem ocupadas. A área de demolição foi ampliada porque as casas são muito juntas umas das outras, disse a prefeitura.

Duas propostas foram oferecidas para as famílias pela prefeitura. Uma é o aluguel social, no valor de R$ 450, e a outra é seguir para casas populares no bairro Citrolândia, a 20 quilômetros de distância.

A Pastoral da Terra, que apoia as famílias, reivindicou uma reunião com a prefeitura para esta segunda-feira (3). Ainda não há informações se o encontro irá acontecer. O despejo continua confirmado para quarta-feira, dia 5 de janeiro.

https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2022/01/03/justica-determina-despejo-de-quase-30-familias-de-betim-na-grande-bh-alem-da-demolicao-das-casas.ghtm