Presidente do Parlamento assume governo da Ucrânia temporariamente
Prazo para a formação de um novo governo foi acertado até terça (25).
O Parlamento da Ucrânia decidiu neste domingo (23) entregar temporariamente ao presidente da casa, Oleksander Turchynov, as funções de presidente do país. Turchinov foi eleito neste sábado (22) como presidente do Parlamento, pouco antes de os deputados votarem pela deposição do então presidente Viktor Yanukovich.
A nomeação de Turchynov como presidente interino foi aprovada por 285 dos 339 deputados presentes na sessão.
Também neste domingo, os parlamentares determinaram que até a próxima terça-feira (25) devem formar um governo nacional de coalizão, que irá começar a debater as candidaturas a primeiro-ministro do país, em mais um passo para a formalização da tomada do poder por parte da oposição. “Essa é uma tarefa prioritária”, disse Turchynov.
Ele afirmou que as discussões sobre o novo governo devem começar imediatamente, um dia após a câmara votar pela deposição do presidente Viktor Yanukovich e dois dias após um acordo estabelecido com o governo para tentar controlar a crise no país.
O Parlamento ainda aprovou neste domingo a devolução da casa de Yanukovich ao Estado. Ele deixou Kiev neste sábado e a casa foi tomada pela oposição e aberta ao público para visitação. O paradeiro de Yanukovich é desconhecido – houve relatos de que ele tentou fugir do país.
Os deputados também aprovaram a deposição do ministro das Relações Exteriores ucraniano. Outros dois aliados do antigo governo, o ex-procurador-geral Viktor Pshonka e seu antecessor na pasta do Interior, Vitaliy Zakharchenko, ambos destituídos pela Rada Suprema (Parlamento), têm paradeiro deconhecido. Os dois tiveram ordem de prisão decretada.
Coalizão
Ter uma coalizão de maioria é uma condição contemplada pela Constituição de 2004, que no sábado (22) foi novamente posta em vigor em outra sessão parlamentar, na qual a oposição ao deposto presidente Viktor Yanukovich nomeou vários cargos, entre eles alguns ministros, e destituiu o líder com uma simples votação e sem debate.
O deputado Nikolai Tomenko, do partido Batkivschina (Pátria), da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, reconheceu que a formação de uma coalizão de maioria pode ser complicada dado que os deputados das frações opositoras - a própria Batkivschina, o partido Udar (Golpe) e Svoboda (Liberdade) - não querem aceitar que se somem alguns legisladores do Partido das Regiões, do deposto Yanukovich e até agora no Governo.
O deputado assegurou que no Parlamento já soam três candidatos para o posto de primeiro-ministro, a própria Tymoshenko, o líder da fração parlamentar de Batkivschina, Arseni Yatseniuk, e o independente Piotr Poroshenko.
Do G1, em São Paulo
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