Chanceler sírio nega \'fracasso\' nas negociações de Genebra
Futuro das discussões está em aberto.
O ministro sírio das Relações Exteriores, Walim Muallem, afirmou que as negociações de Genebra entre representantes do governo e da oposição não fracassaram e defendeu que "avanços importantes" foram feitos.
"A segunda rodada não fracassou, ao contrário das análises da imprensa e das reações dos ministros das Relações Exteriores de França e Grã-Bretanha", avaliou o ministro, durante a viagem de volta de Genebra, citado pela agência oficial de notícias síria Sana.
"A segunda rodada teve um ponto muito importante: a Síria aprovou a agenda proposta pelo mediador Lakhdar Brahimi, a começar pelo primeiro ponto, que é a questão da violência e da luta contra o terrorismo", frisou.
"As discussões não fracassaram. Nós conseguimos obter o que sempre reivindicamos: uma agenda para discutir durante as reuniões de Genebra", insistiu.
Quinze dias após um primeiro fracasso, uma segunda sessão de negociações em Genebra não trouxe avanços, e o futuro dessas discussões está, agora, em aberto.
O mediador da ONU, Lakhdar Brahimi, disse "lamentar totalmente" e pediu desculpas "ao povo sírio, cujas esperanças eram tão grandes". Ele encerrou o debate no sábado (15), após três semanas de impasse, e nenhuma data para retomada foi estabelecida.
Depois da recusa da delegação oficial síria de aplicar a pauta, Brahimi preferiu dar às partes envolvidas um tempo para reflexão.
Referindo-se a Brahimi, Muallem disse esperar que ele, "enquanto mediador, tenha vontade de continuar esse processo, por uma terceira, ou quarta rodada, ou mais outra".
O ministro sírio considerou "delirante" imaginar que um problema tão complexo quanto a Síria poderia ser resolvido rapidamente e criticou Estados Unidos, Grã-Bretanha e França por culparem Damasco pelo fracasso das negociações.
Ele também acusou Londres e Paris de envolvimento em uma "conspiração" contra a Síria, afirmando ainda que os Estados Unidos "tentaram criar uma atmosfera muito negativa para as discussões em Genebra".
Da AFP
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