Arqueólogos revelam joias escavadas em cavernas funerárias em Jerusalém

Segundo os pesquisadores, os itens valiosos carregam os símbolos de Luna, divindade romana da Lua

Peças preciosas encontradas em túmulo em Israel — Foto: Emil Aladjem, Israel Antiquities Authority 

As joias foram achadas, originalmente, em 1971, mas nunca haviam sido catalogadas Emil Aladjem  

Imagem de um dos colares de contas achados nos caixões de chumbo — Foto: Emil Aladjem

Peças preciosas foram achadas em 1971, mas nunca haviam sido divulgadas; nelas há símbolos que remetem a divindade romana que acompanha meninas durante a vida

Por Redação Galileu

As joias foram achadas, originalmente, em 1971, mas nunca haviam sido catalogadas Emil Aladjem

Nesta segunda-feira (3), durante o 48º Congresso Arqueológico em Israel, a Sociedade de Exploração de Israel e a Associação Arqueológica do país apresentaram impressionantes joias de ouro encontradas em cavernas funerárias em Jerusalém.

Os itens foram descobertos em 1971, durante escavação realizada pelo já falecido Yael Adler, e na época não foram divulgados. Os artefatos feitos de ouro estavam em um caixão de chumbo, localizado no Monte Scopus, no nordeste de Jerusalém.

Dentro da tumba havia brincos e pingentes de ouro, grampos de cabelo e colares feitos de ouro, vidro e cornalina, um mineral avermelhado. Segundo a publicação das Autoridades de Antiguidade de Israel no Facebook, as joias foram encontradas durante uma análise feita pelo Projeto de Publicação de Escavações Passadas, que visa divulgar estudos de escavações antigas.

“A localização dos relatórios originais que juntaram poeira ao longo dos anos nos arquivos da Autoridade de Antiguidades de Israel, e o rastreamento físico do paradeiro dos próprios itens, lançou luz sobre tesouros há muito esquecidos”, diz a arqueóloga Ayelet Dayan, chefe da pesquisa arqueológica que liderou esse projeto, na postagem.

Segundo os pesquisadores, os itens valiosos carregam os símbolos de Luna, divindade romana da Lua, que também é conhecida por acompanhar as meninas durante a vida. Provavelmente, garotas foram enterradas com as joias para que a deusa as continuasse protegendo após a morte.

“Essas joias são conhecidas no mundo romano e são características de enterros de meninas, possivelmente fornecendo evidências das pessoas que foram enterradas nesses locais”, comentam os pesquisadores na nota da rede social.

Durante a ocupação romana, Jerusalém era conhecida como Élia Capitolina e tinha uma população mista que chegou à cidade após a destruição do Templo de Jerusalém, em 587 a.C.. Pessoas de diferentes partes do Império Romano se estabeleceram na cidade, trazendo um conjunto diferente de valores, cultura, crenças e rituais.

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