Tamirat Tola vence a maratona olímpica em Paris — Foto: REUTERS/Isabel Infantes
Tamirat Tola na maratona de Paris — Foto: REUTERS/Lisa Leutner

Kelvin Kiptum, do Quênia, posa ao lado do cronômetro com o novo recorde mundial da maratona, em Chicago — Foto: Michael Reaves/Getty Images

Por Redação do ge — Paris, França

Etíope Tamirat Tola vence maratona masculina e bate o recorde olímpico nos Jogos de Paris 2024 

Tamirat Tola é o mais novo campeão olímpico na maratona. O atleta etíope de 32 anos conquistou o ouro em Paris, na madrugada deste sábado, após correr os 42,195 km para 2h06m26s e bater o recorde de tempo na distância em Jogos Olímpicos. O belga Bashir Abdi levou a prata. O queniano Benson Kipruto completou o pódio.

Bicampeão olímpico, Eliud Kipchoge teve problemas no início, abandonou a prova e não conseguiu se tornar o primeiro atleta a conquistar o tri em Olimpíadas.

Tamirat Tola foi medalha de bronze nos 10.000 m dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Correndo pela primeira vez a maratona olímpica, o atleta etíope liderou grande parte da prova e correu isolado os últimos 12 km. O atleta quebra o recorde de tempo da maratona mesmo com um percurso considerado difícil, com muitas subidas e descidas.

Tamirat Tola era competidor de provas de fundo em pista e de corridas de cross-country. Ele venceu a Maratona de Nova York com o tempo de 2h04m58s em novembro de 2023. Desta vez, o etíope bateu em seis segundos o recorde olímpico, que pertencia a Samuel Wanjiru, que correu a maratona em 2h06m32s em Pequim, em 2008.

Ouro nos Jogos Olímpicos do Rio e de Tóquio, Kipchoge, aos 39 anos, buscava o tri em Paris. O maratonista esteve no pelotão de frente nos 15 km iniciais, mas começou a acusar aparentemente uma dor no quadril em vários momentos, ao levar a mão ao local.

O bicampeão olímpico acabou ficando para trás e foi visto caminhando em vários trechos da prova, até decidir abandonar. Ele foi resgatado por um carro de apoio perto dos 30 km.

Bicampeão olímpico, queniano Eliud Kipchoge sente problema no quadril e fica pra trás na maratona dos Jogos de Paris 2024

Kipchoge é um dos três atletas que são bicampeões da maratona olímpica. Além dele, o etíope Abebe Bikila (1960-1964) e o alemão Waldemar Cierpinski (1976–1980), conquistaram duas vezes o ouro em Olimpíadas.

Brasileiro fora por doping

O Brasil não teve representantes na disputa. Daniel Nascimento estava qualificado para a prova, porém, testou positivo para três substâncias proibidas e ficou de fora, de acordo com a lista de atletas suspensos pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD): drostanolona, metenolona e nandrolona, três hormônios anabolizantes.

Primeiro brasileiro a conquistar a classificação para Paris na maratona masculina ao atingir o índice olímpico em abril de 2023, em Hamburgo, Daniel foi submetido a um teste surpresa no dia 4 de julho. Segundo o documento emitido pela ABCD, o material biológico continha as seguintes substâncias: Drostanolona, Metenolona, Nandrolona, todas da classe de esteroides anabolizante S1, precursores da testosterona, que podem resultar em até quatro anos de suspensão.

Em memória a Kelvin Kiptum

A prova também ocorreu em memória a Kelvin Kiptum, que morreu em fevereiro em um acidente de carro. Ele era um dos favoritos para a maratona em Paris. O queniano e seu técnico, o ruandês Garvais Hakizaman, sofreram um acidente fatal de carro em Kaptagat, no Quênia.

Em outubro do ano passado, Kelvin Kiptum surpreendeu o mundo ao vencer a tradicional maratona em Chicago, nos Estados Unidos, com o tempo de 2h00min35. Assim, ele quebrou o recorde mundial, que era do compatriota Eliud Kipchoge por mais de 30 segundos.

Aquela foi apenas a terceira maratona que Kiptum correu na vida. Na estreia em maratona, em 2022, Kiptum correu a prova em Valência, na Espanha, em 2h01min53, terceiro melhor tempo da história. Depois, na Maratona de Londres de 2023, terminou em 2h01min25, segundo melhor de todos os tempos.