Fatma Samoura, secretária geral da Fifa — Foto: Reprodução 

Em entrevista exclusiva ao ge, Fatma Samoura destaca alto nível das partidas e marcas inéditas fora de campo

Por Allan Caldas e Gabriela Moreira — Sydney, Austrália

Celebrada pelo alto nível das partidas e por marcas inéditas alcançadas fora de campo, a Copa do Mundo de 2023 é um "ponto de mudança" no futebol feminino, na opinião da secretária geral da Fifa, Fatma Samoura.

Fatma Samoura vê Copa de 2023 como "ponto de mudança" no futebol feminino

Em entrevista exclusiva ao ge, após a abertura da segunda edição da Convenção da Fifa para a Copa Feminina, nesta sexta-feira, em Sydney, a senegalesa destacou a presença e diversidade de torcedores no evento.

- Esta Copa do Mundo em particular é um ponto de mudança na maneira das pessoas olharem o futebol feminino, porque nós vimos as arquibancadas lotadas de homens e meninos, e nós nunca tínhamos visto tantos meninos torcendo por sua seleção feminina. E também porque as pessoas viram o nível das atuações em campo - declarou a dirigente.

A arbitragem foi excelente, e as jogadoras alcançaram um nível que nunca tinha sido alcançado em nenhuma Copa do Mundo Feminina.

— Fatma Samoura, secretária geral da Fifa

Neste domingo, Espanha e Inglaterra decidem a Copa do Mundo Feminina, uma final que vai apontar uma campeã inédita, com expectativa de lotação máxima mais uma vez no Estádio Olímpico de Sydney, que vendeu todos os 75.784 ingressos nas quatro partidas anteriores neste Mundial.

Primeira mulher a ocupar o cargo de secretária geral da Fifa, a dirigente de 60 anos observou que o Mundial Feminino deste ano, organizado por Austrália e Nova Zelândia, superou as expectativas em termos de público nos estádios, mesmo em países onde o futebol não é o esporte mais popular.

- Vimos estádios lotados desde as oitavas de final, e vamos concluir essa Copa do Mundo com quase dois milhões de pessoas indo aos estádios. Comparando com a nossa meta, que era 1,3 ou 1,5 milhão de pessoas, nós conseguirmos ir muito além da grandeza, que foi o nosso slogan para essa Copa do Mundo - afirmou.

Fatma Samoura já tinha anunciado antes da Copa que deixará o cargo no fim deste ano. Ela acredita que o futebol feminino está em franco desenvolvimento em todo o mundo.

- Temos visto nos últimos quatro anos, especialmente desde a última Copa do Mundo, na França, em 2019, que o jogo tem crescido exponencialmente. As pessoas estão tendo mais acesso ao futebol feminino no mundo, com mais de 180 países participando das eliminatórias para a Copa do Mundo Feminina desse ano, contra menos de 150 há quatro anos - afirmou a dirigente.

- Também tivemos 83% das nossas mais de 200 federações associadas desenvolvendo suas próprias estratégias para o futebol feminino - completou.