Na mira de Santos e Grêmio, Adriano cita Flamengo e Corinthians
Adriano revela interesses de Flamengo e Corinthians
Alvo de Santos e Grêmio, lateral Adriano revela interesses de Flamengo e Corinthians Lateral tem contrato até maio com Besiktas, que quitou dívida salarial nesta semana. Jogador de 34 anos fala sobre apreço dos três filhos pelo Rio de Janeiro e abre as portas para voltar ao Brasil Por Marcelo Hazan — São Paulo Adriano, ex-Barcelona, Sevilla e atualmente no Besiktas, da Turquia, está disposto a voltar a jogar no Brasil em 2019. Com contrato até maio, o lateral-esquerdo de 34 anos desperta interesse de clubes brasileiros, como Santos e Grêmio. [caption id="attachment_151640" align="alignleft" width="300"] Adriano comemora gol pelo Besiktas, da Turquia: lateral pode voltar ao Brasil em 2019 — Foto: Divulgação/Besiktas[/caption] Em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com, Adriano revelou também interesses de Flamengo e Corinthians em seu futebol. Na última quinta-feira (31), data do fechamento da janela de inverno europeu, o Besiktas quitou uma dívida salarial com o lateral. Mas, segundo o próprio jogador, isso não impede uma saída imediata mediante a liberação dos turcos. Adriano fala sobre Grêmio, Santos, Flamengo e Corinthians, elogia o trabalho do técnico argentino Jorge Sampaoli e revela o apreço dos três filhos pelo Rio de Janeiro, onde passou férias recentemente. GloboEsporte.com: Qual é a sua situação hoje no Besiktas? Há uma dívida salarial do clube?Adriano: Tinham alguns meses de salários atrasados. Ontem (quinta-feira), antes de fechar a janela de contratações do mercado de inverno, eles quitaram a maior parte da dívida que tinham comigo. Entendo também que alguns clubes estavam esperando o resultado do que ia acontecer, se realmente iria rescindir ou não. Mas quero deixar bem claro é que a única coisa que aconteceu foi que o clube pagou os salários atrasados. Hoje a minha situação é: tenho contrato até maio, mas isso não me impede de receber uma proposta, como do mercado do Brasil, que ainda segue aberto (até abril). Estou vendo (o que fazer), porque agora estou em período de poder assinar um pré-contrato (permitido seis meses antes do término do vínculo). Então, nada impede você de sair imediatamente do Besiktas? Nada impede de receber uma proposta, algo que me agrade. Um bom projeto. Tanto para agora ou para o futuro. Estamos abertos a negociações. Mas para sair agora você teria de ser liberado pelo Besiktas... Isso. Mas acho que não é um problema, porque meu contrato acaba em maio. Tem mais quatro meses. A questão é a proposta chegar e que seja uma coisa que me agrade. Sempre deixo isso bem claro para o Fabio Santanna (empresário). Tenho contrato por mais quatro meses e respeito o clube. Mas deixei claro ao Besiktas que estou aberto a receber propostas e, se chegar até nós algo que agrade, realmente vou chegar no clube e ter uma conversa. O Besiktas não colocaria dificuldade para você sair, caso haja uma proposta? Sei que há o interesse do clube para eu ficar. Tenho o interesse de poder ajudar o clube. Tive uma conversa com treinador e disse que serei profissional até o último dia, como sempre fui. Mas também tenho de pensar em mim. Já tenho 34 anos e me encontro bem fisicamente. Se chegar uma proposta muito boa, vou avaliar com a minha família e sem dúvida vou conversar com eles para expor essa situação. Aqui no Brasil soubemos do interesse de Santos e Grêmio pelo seu futebol. O que houve de fato? Com o Santos e o Grêmio realmente chegamos a conversar, mas estávamos nesse período de rescindir ou não, paga ou não paga. Nessa novela, digamos assim. Eu falei: agradeço a vocês. São dois grandes clubes. Fico feliz pela procura dos clubes. Mas sempre deixei claro que teria de resolver as coisas aqui no clube antes. Se chegasse algo dos clubes que agradasse estaria conversando com a minha família e, se agradasse, sem dúvida estaria pensando. Agora, com a dívida quitada pelo Besiktas, como essas situações ficaram? As duas partes ficaram na espera do que iria acontecer. Pelo que sei, eles têm a vontade de me contratar. Mas agora é uma questão de realmente ir mais direto ao assunto, de chegar uma proposta real e concreta para analisar o projeto, para que seja viabilizada uma proposta e chegar a um acordo com o Besiktas. Depois me reunir com a minha família para tomar uma decisão. Santos e Grêmio não fizeram propostas? Tivemos uma conversa inicial e, no meio disso, houve o desligamento da antiga empresa com a qual trabalhava, a Fair Play. Agora estou só com a Santanna Esportes, do Fabio. E teve esse episódio (dos salários), mas acabou tudo bem. Não teve nenhum problema. Agora, de fato, estamos pensando com a cabeça tranquila nas próximas propostas que podem chegar, do Brasil ou de outro lugar, para analisar o que me agrada. Seu desejo é voltar ao Brasil ou pensa em jogar em outros países? Pela minha idade de 34 anos me sinto muito bem. Há muito tempo me cuido. No futebol os jogadores depois dos 30 anos estão se cuidando mais, pela estrutura de suplementação, fisiologistas e fisioterapeutas. Mudou muito. Me sinto muito bem. Se chegar uma proposta da Europa eu vou analisar também, mas penso em voltar ao Brasil agora porque me sinto muito bem e posso chegar ao clube e render. Dar o rendimento esperado que o clube coloca em um jogador, ainda mais sobre jogadores que estão na Europa. Há uma grande expectativa em torno deles. Por isso penso em voltar agora ao Brasil, caso haja uma proposta que agrade, para jogar em alto nível. O Santos treinado por Jorge Sampaoli tem sido uma sensação nesse início de ano. Como seria trabalhar com ele? Vindo dele não é nada novo. Sempre acompanhei por estar na Europa, seleção do Chile e por ter jogado com companheiros que o tiveram como treinador. Sempre falaram bem. É intenso, vive o futebol 24 horas. Ainda não tive o prazer e a oportunidade de falar com ele. Mas fico feliz por ele, pelo trabalho que vem desenvolvendo no Santos. O que faz a diferença é o jogador acreditar no trabalho do treinador. E isso é visto no Santos. Em pouco tempo o time tem a cara do treinador. Ele conseguiu transmitir isso e os jogadores captaram rápido, o que as vezes no futebol não é tão fácil. Às vezes você tem um elenco e treinadores muito bons, mas para transmitir o que quer ao grupo e assimilar muito rápido demora... às vezes você consegue. É muito trabalho no dia a dia. É exigência. Se no futuro puder vir a trabalhar com ele sem dúvida nenhuma para mim vai ser uma felicidade muito grande ser treinado por um técnico como o Sampaoli, mas não tivemos nenhuma conversa. E o que significaria jogar no Grêmio, recentemente tricampeão da Libertadores do Renato Gaúcho? Fico feliz pela grandeza desses clubes, por quererem que eu fosse contratado. É uma felicidade muito grande. Isso demonstra também um pouco do meu trabalho. De tudo o que eu fiz e venho fazendo, apesar de não aparecer muito no Brasil e de ter feito minha carreira na maior parte na Europa. Não tem tanta visibilidade da mídia do Brasil. Fico feliz de os clubes estarem tentando a minha contratação. O Grêmio é um grande clube. A cada ano está melhorando. Tem um elenco muito competitivo e um treinador que foi melhorando muito com os anos. Hoje você fala do Grêmio e vê a cara do Renato, que cresceu com o clube. Para mim seria muito importante se no futuro pudesse fazer parte. Veja números de jogos de Adriano nos últimos cinco anos de carreira 2014/2015 (Barcelona): 27 jogos 2015/2016 (Barcelona): 19 jogos 2016/2017 (Besiktas): 45 jogos 2017/2018 (Besiktas): 36 jogos 2018/2019 - em andamento (Besiktas): 19 jogos Outros clubes do Brasil procuraram você ou seu empresário? Sim, teve interesse de outros grandes como Corinthians e Flamengo. Se não me engano há um ano e meio houve do Palmeiras também. Eu me sinto lisonjeado por esses grandes clubes terem a vontade de me contratar. Realmente é o que falei: estou tranquilo com relação ao meu futuro e esperando uma proposta concreta para nós. Vou avaliar bem tudo e o tempo de contrato para dar continuidade. Flamengo e Corinthians fizeram propostas? Procuraram você diretamente ou seu empresário? Houve apenas o interesse, mas não chegamos a valores. Ficamos sabendo desses dois clubes. Um dos clubes foi direto e repassei ao meu empresário, e o outro direto para o Fabio. São os dois clubes de maior torcidas do Brasil e com grande tradição. Mexe de alguma forma com você? Mexe. Tive a oportunidade de jogar no Coritiba por três anos, fui vendido ao Sevilla e atuei por mais cinco anos, depois mais seis anos no Barcelona e já são dois anos e meio no Besiktas. Não tenho a dimensão... Para mim, joguei no maior clube do mundo que é o Barcelona. Mas falando de Corinthians e Flamengo realmente a emoção fala mais alto. São grandes clubes, assim como Santos e Grêmio. Esses pela massa, pela torcida e história que têm dentro do futebol. Fico feliz pelo interesse desses grandes clubes. Você é lateral-esquerdo de origem, mas jogou em outras posições ao longo da carreira. Hoje, em qual setor você se sente apto a jogar? No último jogo comecei como lateral-esquerdo e fui para volante. Jogamos com um volante e dois meias. Fiz função de volante e de meia esquerda. Hoje estou apto como falo para o nosso treinador: ajudar no que for necessário. Sou lateral-esquerdo de origem, mas no Barcelona contra o Real Madrid em clássico joguei de zagueiro, lateral-direito, na frente... hoje a única posição que não atuei foi de goleiro (risos), o resto... Você presenciou de perto o início da relação entre Neymar e Messi no Barcelona. Como foi a chegada do Neymar e a aproximação entre os dois? Não teve nada de especial naquele momento. Nós tentamos integrar o mais rapidamente possível no grupo, para se adaptar o mais rápido. Em todos os aspectos: dentro e fora de campo. Acho que foi no dia a dia. São dois craques. Não tem como não se dar bem. Realmente depois com um tempo mais de clube ficou nítido o entrosamento entre os dois. Depois chegou o Suárez e virou o famoso trio "MSN". Sem dúvida a torcida do Barcelona sente falta e tem saudades desse trio de ataque. Fico feliz de ter podido jogar com os três, porque contra deve ter sido difícil (risos). No meu começo no Sevilla joguei contra Ronaldinho e o Messi também começando lá. Foi algo natural, nada forçado. Fico feliz por ele. Apesar de ter optado por sair, dentro do grupo e entre os torcedores há um carinho muito grande. Quem sabe um dia ele possa voltar, né, e ser feliz novamente. Você tem filhos? Imagino que eles não tenham morado no Brasil, pois você jogou na Europa os últimos 14 anos. Isso pesa para voltar ao Brasil? Tenho três filhos: o mais velho é o Adrián Emanuel, tem 12, o do meio é o Azhaf Gabriel, com sete, e o mais novo recém-nascido é o Anthony Rafael, que tem 30 dias. O mais velho nasceu no Brasil, mas com 20 dias foi para Sevilla. O segundo nasceu em Barcelona e o terceiro em Istambul. Nas últimas férias em que eu estive no Brasil fiquei no Rio de Janeiro e eles gostaram. Me pediram para ficar no Rio. Na época houve especulações do Flamengo, no ano passado. Eu disse a eles que não havia como, pois tenho contrato com o Besiktas. Essa preferência dos seus filhos pelo Rio conta a favor do Flamengo? Você sente que vai jogar no Brasil em 2019? Claro que eles vão ter um período de adaptação, por esses anos todos fora: cultura e escola. Infelizmente, temos que falar também em termos de segurança. Eles viveram outra realidade. Mas com relação a isso, sem dúvida. A cada dia pesa mais para nós. Por estar do lado da família. Meus pais moram no Brasil. Eles perguntam dos avós. Quem sabe? Vamos esperar. Deus sabe de todas as coisas. É o que falei: vou esperar para ver uma coisa concreta e a partir daí tomar uma decisão.
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