COPA DO NORDESTE - Empate frustra torcida do Vovô diante do Sport

A Taça da Copa do Nordeste é dos pernambucanos  

Exagerando nas chances desperdiçadas, Ceará apenas empata em 1 a 1 com o Sport e amarga o vice-campeonato

A noite de ontem, tão esperada por cearenses e pernambucanos, não vai sair tão cedo da memória dos alvinegros. O que coube à torcida foi feito: o time de Porangabuçu foi recebido com uma festa poucas vezes vista em Fortaleza, com mais de 61 mil torcedores motivando incondicionalmente a equipe. No entanto, dentro das quatro linhas, o Ceará não conseguiu superar o Sport na decisão da Copa do Nordeste e acordou hoje com o vice-campeonato regional.

O empate em 1 a 1 premiou o Rubro-Negro, que soube aproveitar o mando de campo na Ilha do Retiro e fez sua parte na Capital para se tornar tricampeão (1994, 2000 e 2014).

Do lado cearense, assim como aconteceu nas semifinais de 2013, o Vovô não soube tirar proveito do Castelão lotado e das oportunidades que teve – principalmente – no primeiro tempo. Agora, só resta levantar a cabeça e voltar ao mesmo gramado para receber o Guarany de Sobral, no domingo, pela semifinal do Campeonato Cearense.

O jogo

Apesar da grande festa protagonizada pela torcida, o Ceará colocou a bola no chão e estudou muito as ações pernambucanas nos 15 primeiros minutos.

A primeira grande oportunidade de gol na partida aconteceu apenas aos 25. Felipe Azevedo deslocou Souza na entrada da área e o árbitro Jailson Freitas assinalou a falta. Na sequência, uma cobrança primorosa de Ricardinho tirou tinta da trave.

O lance tornou o Ceará mais agressivo no confronto, fazendo com que abrisse espaços no sistema defensivo alvinegro.

Aos 33, quase que o Sport conseguiu aproveitar as brechas do Vovô e por pouco não marcou o primeiro. Wendel bateu cruzado e Luís Carlos salvou, afastando com as pontas dos dedos.

Aos 37, o Vovô respondeu. Após bate-rebate na área, Ferron falhou e a bola sobrou para Magno Alves, que desperdiçou grande chance, cara a cara com o goleiro Magrão.

Graças a uma blitz ofensiva do Vovô, o zero saiu do marcador aos 41. Souza cruzou pela direita e encontrou o Magnata bem posicionado, que apenas desviou para fazer o gol.

Com grande volume de jogo mostrado no fim do primeiro tempo, o Alvinegro por pouco não chegou ao segundo tento. Aos 46, Ricardinho penetrou na área e, de frente para Magrão, chutou para fora. Na ida para os vestiários, o meia lamentou a chance desperdiçada.

“Quase marquei o gol, agora é vir para o segundo tempo com tranquilidade para aproveitar todas as chances”, avaliou.

Duro golpe

Para lamento do torcedor alvinegro, o discurso de Ricardinho não foi posto em prática e, para piorar, aos 5 minutos, o goleiro Luís Carlos tentou abafar o avanço de Ailton que, dentro da área, foi derrubado: pênalti. Aos seis, Neto Baiano bateu forte no meio do gol e deixou tudo igual no placar da Arena Castelão.

Já sem o ímpeto mostrado na etapa inicial, o Ceará ainda teve algumas oportunidades, mas desperdiçou todas. Magno Alves, aos 30, teve a última chance de gol ao driblar o goleiro e chutar na trave.

Ficha técnica

Ceará

Luís Carlos; Samuel Xavier, Anderson, Sandro e Vicente; Amaral, Ricardinho (Rogerinho) e Souza (Tadeu); Assisinho (Leandro Brasília), Magno Alves e Bill
Técnico: Sérgio Soares

Sport

Magrão; Patric, Ferron. Durval e Renê; Ewerton Páscoa (Rithely), Rodrigo Mancha, Wendel (Igor) e Aílton; Felipe Azevedo (Oswaldo), Neto Baiano
Técnico: Eduardo Baptista

Copa do Nordeste 2014

Estádio: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 9 de abril de 2014
Árbitro: Jailson M. Freitas (BA)
Assistentes: Adson M. Lopes Leal (BA) e Ailton Farias da Silva (SE)
Público: 60.068 pagantes
Renda: R$ 1.476.187,00
Gols: Magno Alves (41/ 1ºT) e Neto Baiano (6/ 2ºT) 
Cartões amarelos: Bill, Luís Carlos (CEA); Neto Baiano, Magrão (SPO)

Eduardo Buchholz
Repórter

Torcida promove “corredor de fogo” antes da partida

Antes da partida, a torcida alvinegra formou o chamado “corredor de fogo”, soltando fogos e cantando alto, para incentivar os jogadores. “Eles têm que sentir nosso apoio logo na chegada”, ressaltou o estudante Jairo Mathias, de 20 anos.

Se a chegada foi apoteótica para alguns, o mesmo não aconteceu no acesso às arquibancadas. Filas se formaram nas imediações de cada portão, dificultando a entrada da torcida. “A gente estaciona, sobe as escadas e dá de cara com essa fila aí para entrar. Sem falar que estou no Portão P, enquanto meu pai comprou o ingresso do G”, disse o estudante Gerônimo Dias.

Soares: ‘continuem acreditando em nós’

Antes do jogo começar, com os times perfilados, a torcida alvinegra mostrou empolgação a cantar a plenos pulmões o Hino Nacional. O clima contagiou a equipe, mas a empolgação que envolveu o estádio não foi capaz de dar a vitória aos alvinegros. 

Após a partida, o treinador Sérgio Soares pediu desculpas à torcida. Porém, fez um pedido para que os alvinegros não deixassem de acreditar no time. “Peço desculpas à torcida, que sempre acreditou, fez uma festa muito bonita. O Ceará perdeu a batalha, mas temos muitas competições pela frente. Peço que a torcida continue acreditando. Esse elenco não se dará por vencido”.

ENQUETE

Como foi sua chegada ao Castelão?

“Minha chegada foi tranquila, pois saí cedo, duas horas antes, para evitar aglomeração com grande parte da torcida. Se prevenir foi o ideal. Sempre procuro chegar cedo”

Carlos Eduardo
32 Anos
Empresário

“As obras de mobilidade em Fortaleza atrapalharam quando cheguei próximo ao Estádio Castelão, pelos desvios e sinalização ruim. Antes disso, correu tudo bem”

Saulo Pinheiro
28 Anos
Estudante

“A chegada rápida ao Castelão me surpreendeu. Levei menos de 15 minutos. Mas facilitou por termos saído cedo de casa. Não enfrentamos grande congestionamento”

Jeferson Teixeira
27 Anos
Gerente financeiro