o PSG no jogo de volta. Argentinos Lavezzi e Pastore ofuscam companheiro

No mata-mata da Liga dos Campeões, a história dos últimos dez anos diz que Zlatan Ibrahimovic não mata. Foi assim, uma vez mais, no jogo da ida das quartas de final contra o Chelsea, na última quarta-feira, no Parque dos Príncipes - o Paris Saint-Germain venceu por 3 a 1 e abriu vantagem nas quartas de final (veja os gols ao lado). O sueco entrou bem em campo, mas não conseguiu ser decisivo para os franceses e, muito bem marcado por David Luiz e Ramires, teve pouco espaço para trocar passes com os companheiros e ficar de frente para o gol - tal como gosta de jogar. 

Mourinho, o técnico rival, conhece bem o estilo do seu ex-jogador e sufocou o centroavante do time de Paris, que raramente conseguiu se libertar da marcação. Durante os 70 minutos em que esteve em campo, Ibra não se destacou, colecionou apenas uma chance de gol. Aos 23 do segundo tempo, o sueco se machucou sozinho na coxa direita, foi substituído por Lucas, que correu na direção do gramado  com a mesma alegria de uma criança que vê uma bola de futebol no recreio da escola.
Com a lesão do sueco, o brasileiro passa a ser a primeira opção do técnico Laurent Blanc. Neste caso, o uruguaio Cavani iria para o centro do ataque, sua posição de origem, com Lucas à direita e Lavezzi à esquerda.

- Atuar como titular e com regularidade é fundamental para ele ganhar espaço e sonhar com uma vaga na Copa do Mundo - disse Thiago Silva, zagueiro e capitão da Seleção e do PSG, contente pela oportunidade do amigo.

O lateral-esquerdo Maxwell, que Ibra define como seu melhor amigo no mundo do futebol, estava mais preocupado com a lesão do sueco e fez até uma promessa a Ibra. 

- Depois de tudo o que ele fez pela gente, a única coisa que podemos fazer é vencer essa eliminatória para dar ao Ibra a possibilidade dele disputar as semifinais como ele merece - afirmou Maxwell.

IBRA SEM BRILHO DE CHAMPIONS 

Ibrahmovic entrou muito bem em campo e deu origem ao cruzamento do primeiro gol do PSG, que surgiu precisamente de um lance disputado pelo sueco com David Luiz. Ele levou a melhor e iniciou a jogada que passou depois por Matuidi até o cruzamento para o gol de Lavezzi. Neste lance, a pressão alta do sueco no meio-campo do Chelsea deu resultado, mas a partir daí aconteceu precisamente o contrário. 

Ibra só voltou a aparecer aos 24 minutos com um ótimo passe pela esquerda novamente para Lavezzi. O centroavante sueco quase não teve bolas para jogar no 45 minutos iniciais, pois o Chelsea dominou o centro-campo. Ramires e David Luiz sufocaram os meias do PSG, que quase sempre eram obrigados a jogar perto do próprio gol e iniciar as jogadas muito de trás. Ibra e Cavani tiveram poucas chances para criar lances de ataque no primeiro tempo - Lavezzi foi o único que teve mais liberdade e isso reflete os dois gols do argentino no placar (o segundo foi desviado por David Luiz, contra). Até então, Mou ganhava claramente o duelo tático com o seu amigo e ex-jogador. 

O conhecimento que Mou tem do jogo do sueco foi fundamental neste encontro. Ibra teve apenas uma ocasião de gol em todo o jogo. Mas, na segunda etapa, o PSG melhorou em campo, resistiu à pressão do Chelsea e começou a trocar a bola com mais calma. Aos poucos, o sueco aparecia no jogo. Logo aos três minutos, Ibra teve uma ótima ideia e lançou a bola por cima de David Luiz, isolando Lavezzi. Mas o experiente Petr Cech entendeu qual era a ideia e se antecipou. 

Ibra apareceu trocando mais passes no meio-campo dos rivais e o PSG chegou ao segundo gol de vantagem através de uma cobrança de falta de Lavezzi desviada em David Luiz. Mas quando atravessava o seu melhor momento em campo, Ibra se machucou sozinho. O sueco fez um lindo passe para Jallet do lado direito, mas caiu no gramado se lamentando das dores. Rapidamente Blanc chamou por Lucas, que, em menos de um minuto, já estava pronto para entrar. O sueco abandonou o gramado ovacionado pelo Parc des Princes, que gritou igualmente o nome do atacante brasileiro. Ibra deve parar por algumas semanas, mas neste caso específico Lucas agradece.

Por Claudia GarciaParis