Portuguesa: MP descobre fraude bancária de R$ 600 milhões com "Caso Heverton"

Ao passar a investigar possíveis irregularidades no rebaixamento da Portuguesa à segunda divisão do Campeonato Brasileiro, após uma punição imposta pelo STJD por causa da escalação irregular de Heverton, o Ministério Público descobriu um caso ainda mais grave envolvendo o clube do Canindé. A instituição rubro-verde pode estar envolvida em um esquema que culminou em uma fraude de 600 milhões de reais, arquitetada pelo banco português Banif.

Depois de analisar as movimentações financeiras envolvendo o clube nos últimos anos, o Ministério Público descobriu um possível esquema feito pela instituição portuguesa, mas que também envolvia a Portuguesa e mais 15 empresas. Desta forma, as investigações, a partir deste momento, passarão a ser feitas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

De acordo com o promotor Roberto Senise, quando Manuel da Lupa se tornou presidente da Portuguesa, em 2005, o clube do Canindé tinha sérias dificuldades financeiras, o que prejudicava a aquisição de empréstimos para quitar suas dívidas. Sendo assim, através de um conselheiro, que também era diretor do banco, o Banif concedeu empréstimos por meio do mandatário e de seu vice na ocasião, que deveriam repassar o valor ao time rubro-verde.

A linha de crédito seria de R$ 300 mil mensais, mas, após o primeiro mandato de Manuel da Lupa, as operações, que envolviam o mandatário, a Portuguesa e o banco português, apresentaram um desalinhamento. O impasse gerou um desentendimento interno no clube, e, em setembro do ano passado, o Conselho Deliberativo e o Conselho de Orientação Fiscal, proibiu a aquisição de qualquer empréstimo em nome do presidente - que deixou o cargo no fim de 2013.

O Ministério Público, no entanto, não confirma qualquer ligação entre o ocorrido no "Caso Héverton" e a situação financeira da Portuguesa, apesar da clara necessidade de Manuel da Lupa quitar as dívidas que envolviam o seu nome e também da instituição que presidia. Por outro lado, o fato de ter outras empresas envolvidas deixa o promotor Roberto Senise em dúvida. "Eu acredito que pode haver alguma relação. Mas, se você me perguntar de 0 a 10, é impossível dizer se é 1 ou se é 9", afirmou.

Por Gazeta Press