Fábrica de cimento francesa anuncia investimento de R$ 1 bi em 5 anos
Executivo disse que montante é suficiente para 'crescimento orgânico'.
Priscilla MendesDo G1, em Brasília
Após reunir-se nesta sexta-feira (11) com a presidente Dilma Rousseff, o presidente da fábrica de materiais de construção Lafarge, o francês Bruno Lafont, anunciou investimento de R$ 1 bilhão no Brasil nos próximos cinco anos.
Lafont foi recebido pela presidente no Palácio do Planalto e concedeu entrevista após o encontro para anunciar que a empresa investirá R$ 1 bilhão no país até 2018 em produção de cimento, concreto e brita. O montante, porém, é metade do total investido pela multinacional francesa nos últimos cinco anos, segundo dados apresentados pelo empresário.
Bruno Lafont justificou a diminuição afirmando que a Lafarge fez compras grandes nos últimos cinco anos e que o montante a ser investido nos próximos anos é suficiente para manter o “crescimento orgânico” da empresa.
“Não é realmente uma diminuição, temos que considerar que fizemos compras muito grandes nos últimos cinco anos e isso não representa diminuição de atividade, trata-se de investimento orgânico para acompanhar o crescimento do mercado”, afirmou. “Crescimento orgânico é construir novas fábricas ou aumentar o tamanho das nossas fábricas. Faremos isso aumentando nossa capacidade de produção de cimento, de brita e de concreto”, explicou.
Questionado se a retração do valor a ser investido no país significaria receio em relação à economia brasileira, Lafont afirmou que o Brasil “tem um verdadeiro potencial de crescimento”. A Lafarge é uma das líderes mundiais em produção de cimento, concreto e agregados (areia e pedra) e está presente em 64 países.
“Estamos há mais de cinco anos no Brasil, já tivemos tempo para responder a todas as perguntas. O país tem um verdadeiro potencial de crescimento. As necessidades em infraestrutura e construção de habitações, como bem lembrou a presidente Dilma, só fazem lembrar que o país ainda tem muita margem para crescer”, declarou.
O empresário anunciou ainda que a Lafarge construirá no Brasil, ainda sem local exato definido, um laboratório de pesquisa, cujo objetivo será “testar em campo soluções inovadoras na área da construção”. O Brasil será o quinto país a receber um laboratório da empresa, segundo Lapont, ao lado de França, Índia, China e Argélia. “O Brasil é um país de escolha para a Lafarge”, declarou.
“Todas a invocações que fazemos na França serão colocadas à disposição nesse laboratório”. Com investimento em pesquisa, segundo afirmou o presidente, a empresa procura “fazer com que a construção seja cada vez mais sustentável, econômica em recursos, em energia, cada vez mais estética e cada vez mais durável”.
Empresariado
Desde que retornou das férias na Bahia, a presidente Dilma dedicou os últimos dois dias a conversar com empresários e autoridades do ramos de infraestrutura. Além de Bruno Lapont, da fábrica de cimentos Lafarge, ela recebeu nesta sexta-feira Rodolpho Tourinho, presidente do Sindicato Nacional da Indústria Pesada (Sinicon) e Luiz Trabuco, presidente do Bradesco.
Tourinho disse que, durante reunião com Dilma, conversou sobre a necessidade de ampliação dos investimentos. “Esse país nunca teve o volume de obras que está tendo, nunca teve o volume de obras que está programado e é preciso que você amplie o financiamento do setor privado”, afirmou após a audiência.
Estão previstos ainda para esta tarde audiências com o ministro interino da Fazenda, Nelson Barbosa e com o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo.
Nesta quinta-feira (10), Dilma recebeu em seu gabinete o presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira; o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; o presidente da Cosan, Rubens Ometto, e o presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
Odebrecht anunciou após o encontro com Dilma que a empresa investirá R$ 17 bilhões no Brasil em 2013.
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