Governo brasileiro capta mais US$ 100 milhões no mercado asiático

Ao todo, portanto, foram obtidos US$ 1,35 bilhão no mercado externo.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira (6) que foram captados mais US$ 100 milhões no mercado asiático por meio da emissão de bônus em dólares. A operação complementa a captação de US$ 1,25 bilhão que já havia sido confirmada na véspera nos mercados norte-americano e europeu, com vencimento em 2023.

As condições do lançamento de bônus soberanos no mercado asiático são as mesmas da operação original, que buscou US$ 1,25 bilhão nos Estados Unidos e Europa.

Com isso, a taxa de retorno ao investidor, ou seja, quanto o governo brasileiro pagará em taxas de juros para os detentores dos papéis, ficou em 2,68% ao ano – a menor da história. Até o momento, a menor taxa paga pelo Tesouro Nacional nas captações externas, de 3,44% ao ano, havia sido registrada em janeiro deste ano.

A intenção inicial do governo era de captar US$ 1 bilhão nos mercados norte-americano e europeu, mas a oferta foi ampliada por conta da demanda dos investidores. Os recursos irão para as reservas internacionais brasileiras, atualmente acima de US$ 377 bilhões.

Referência para empresas
Nas emissões da dívida externa do país, que não podem ser adquiridas por investidores nacionais, o governo capta recursos no mercado externo, mas tem por objetivo principal proporcionar referência para o mercado privado brasileiro em termos de taxas de juros.

Intenção inicial era captar US$ 1 bilhão nos mercados norte-americano e europeu, mas a oferta foi ampliada por conta da demanda dos investidores

Com os resultados das captações do Tesouro Nacional, as empresas podem calcular quanto teriam de pagar para fazer captações de recursos no mercado internacional. Ou seja, servem como referência em termos de taxas de juros. As captações também geram aumento da dívida externa brasileira.

Como funciona?
Nas emissões de títulos da dívida pública no mercado externo, os investidores estrangeiros "compram" os papéis e pagam em dólar. Na data do resgate, recebem o equivalente ao emitido no momento da captação. No meio termo, ou no fim do contrato, recebem juros.

O processo de lançar bônus no mercado internacional funciona como um leilão. Os investidores fazem sua proposta ao governo brasileiro, informando a taxa de juros e a quantidade de títulos que desejam receber, e o Tesouro Nacional as aceita ou não.