APÓS A COPA - Estímulo à indústria volta a ser negociado
Em reunião realizada no Planalto, no dia 18 de junho, foram atendidos pedidos da indústria, como tornar contínua a desoneração da folha de pagamento e retornar, em caráter permanente, o Reintegra
Brasília. Passada a Copa, 23 entidades empresariais deverão começar a ser chamadas, em grupos de quatro ou cinco, para discutir novas medidas de estímulo com os Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A ideia é prosseguir com as negociações que tiveram com a presidente Dilma Rousseff no Planalto, dia 18 de junho.
Naquela ocasião, foram atendidos pedidos da indústria, como tornar permanente a desoneração da folha salarial e retomar, também em caráter permanente, o Reintegra - que é um incentivo à exportação. Mas Dilma deixou claro que pretende discutir mais medidas, incluindo pleitos setoriais específicos. E incumbiu os dois ministérios de prosseguir nas negociações.
Curto prazo
De acordo com o MDIC, o diálogo ainda está nos estágios iniciais, porém os setores já estão com as agendas prontas. Dado o calendário curto, a opção do empresariado foi concentrar as conversas em providências que possam ser adotadas por um governo que está a cinco meses de seu final. Embora avaliem que as reformas são urgentes, os executivos deixaram esses temas em outro balcão, no qual o diálogo não será só com Dilma, mas também com os demais presidenciáveis.
"Há coisas que podem ser feitas no curto prazo, com efeito imediato", defendeu o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover. Seu setor pede, por exemplo, que seja intensificada a fiscalização da Receita e do Ministério do Trabalho. Houve um aumento de informalidade entre as empresas do setor.
Crédito
Outra medida de curto prazo defendida pela entidade é a redução dos juros do Construcard, linha de crédito da Caixa para reforma e construção. Segundo Cover, os empréstimos ao consumidor subiram muito mais do que a Selic, e isso vem encolhendo as vendas. Por sua vez, o setor de construção civil tem um pleito bem específico: garantir que programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida prossigam. "Esse governo vai acabar e como é que eu faço? Compro terreno? Não compro?", questiona o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins.
Enquanto isso, o setor têxtil discute um regime tributário específico para as confecções, consideradas o elo mais frágil da cadeia produtiva.




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